O vídeo publicado nas redes sociais pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), convocando uma vigília em frente ao condomínio onde mora o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, é apontado como um dos elementos que colaboraram para a decretação da prisão preventiva do ex-chefe do Executivo.

A convocação foi feita para a noite de sábado, em frente à residência de Bolsonaro na capital federal, e ganhou repercussão entre apoiadores do ex-presidente. A postagem foi divulgada por volta das 17h de sexta-feira (21/11), com tom de mobilização e apelo direto à participação nas ruas.

Chamada à vigília em frente ao condomínio de Bolsonaro

Na mensagem, Flávio Bolsonaro questiona os seguidores ao convocar o ato. Em seguida, informa o horário de início do encontro em frente ao condomínio em Brasília, marcado para as 19h de sábado. A movimentação nas redes ocorreu em meio ao avanço das investigações que levaram à decisão pela prisão preventiva do ex-presidente.

Além da convocação, as autoridades também consideram outros fatores, entre eles uma tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro, que estaria entre as causas analisadas para a medida judicial.

Vídeo com discurso religioso e ataques a adversários

Em outro momento, a mobilização ganhou contornos religiosos e políticos mais duros, com menções a passagens bíblicas e ataques a adversários. No vídeo, são feitas referências a um suposto resgate do país e críticas a quem é classificado como ladrão, bandido ou ditador, reforçando a narrativa de perseguição e convocando a reação de apoiadores.

A gravação foi feita na própria área em que a vigília foi marcada, reforçando o caráter de chamamento presencial ao ato. A divulgação nas redes intensificou o clima de tensão em torno do condomínio, ao associar a mobilização política ao momento de maior pressão judicial sobre o ex-presidente.

Disputa interna e cobrança por fidelidade

Paralelamente à repercussão da prisão preventiva, Flávio Bolsonaro também vinha atuando nos bastidores da política interna do PL, cobrando fidelidade de aliados em Santa Catarina às decisões de Jair Bolsonaro. O ex-presidente tem insistido no nome do filho Carlos Bolsonaro como opção para disputar uma vaga no Senado pelo Estado, movimento que acirra disputas regionais e internas na sigla.

Esse contexto político mais amplo, somado aos atos de convocação de rua e às investigações em curso, ajuda a compor o cenário de pressão crescente em torno da família Bolsonaro e de seus aliados mais próximos.