O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), usou as redes sociais para criticar a indicação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF), feita pelo presidente Lula. Em vídeo publicado nesta quinta-feira (20), Zema chamou Messias de “amigo de cachaça” de Lula e questionou os critérios adotados para a escolha do futuro ministro da Corte.

Zema ataca indicação de Lula ao STF

No vídeo divulgado em seus perfis oficiais, Zema afirma que o presidente optou por um “amigo de tomar cachaça” para uma das cadeiras do STF, em vez de alguém que ele considera mais qualificado. Para o governador, a proximidade pessoal entre Lula e Messias lança dúvidas sobre a independência do indicado.

Em vez de você colocar na seleção o craque, você vai colocar o seu amigo de tomar cachaça porque você gosta dele. Aí a seleção não vai ganhar de jeito nenhum. Até o fato dele ser um amigo muito próximo do Lula já levanta suspeita

Romeu Zema

Além da fala no vídeo, Zema repetiu o tom na legenda da publicação, ao escrever que se trata de “mais um amiguinho de cachaça do Lula no STF”. Na avaliação do governador, a escolha contribui para um cenário de “insegurança jurídica” e de decisões concentradas na Suprema Corte.

Crítica à falta de mulheres no Supremo

Romeu Zema também atacou o fato de Lula ter indicado mais um homem para o tribunal. Ele disse ser o governador de Minas que mais nomeou desembargadoras na história do estado, justificando que as escolhas se basearam em mérito e desempenho. O governador usou esse argumento para contrapor o perfil da indicação de Jorge Messias.

Atualmente, o Supremo Tribunal Federal conta com apenas uma mulher em sua composição, a ministra Cármen Lúcia.

Tramitação no Senado e vaga deixada por Barroso

Jorge Messias ainda será sabatinado pelo Senado Federal. Caso seja aprovado pela maioria dos senadores, assumirá a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, anunciada em outubro.

Quem é Jorge Messias

Aos 44 anos, Jorge Messias é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e tem mestrado e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB). Ingressou na carreira pública em 2007 como procurador da Fazenda Nacional, acumulando trajetória extensa na área jurídica.

Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil durante o governo Dilma Rousseff (PT) e também atuou como procurador do Banco Central e do BNDES, além de ter sido consultor jurídico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.