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Greve de 1,3 mil rodoviários paralisa 24 linhas de ônibus no Rio
Motoristas e cobradores das viações Vila Isabel e Real cruzam os braços por atrasos salariais, falta de benefícios e condições precárias de trabalho, afetando zonas Sul, Norte, Sudoeste e Central
22/12/2025 às 07:27por Redação Plox
22/12/2025 às 07:27
— por Redação Plox
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Pelo menos 1.300 motoristas, mecânicos e funcionários administrativos das viações Vila Isabel e Real, na Zona Norte do Rio, cruzaram os braços na manhã desta segunda-feira (22), paralisando a operação de 24 linhas de ônibus que atendem bairros das zonas Sul, Norte, Sudoeste e Central da cidade.
Os rodoviários cobram o pagamento de salários atrasados e relatam que o FGTS e o vale-alimentação deixaram de ser depositados. A nova paralisação, a segunda em três meses, causou reflexos em diversos pontos da cidade, como o Terminal Gentileza e a Central do Brasil, onde passageiros enfrentaram longas filas à espera de ônibus.
Ônibus das viações Real e Vila Isabel parados em uma garagem em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio
Foto: Reprodução/TV Globo
Trabalhadores denunciam atrasos e cortes em benefícios
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, a greve é resposta a uma sequência de problemas que, segundo a entidade, se arrasta há meses. Entre as principais reclamações estão:
Reivindicações dos rodoviários:
• atraso no pagamento de salários e do vale-alimentação;
• demissões em massa sem quitação das verbas rescisórias;
• férias não pagas desde outubro;
• falta de depósito do FGTS e recolhimento do INSS;
• não repasse de pensões alimentícias e empréstimos consignados;
• cancelamento do plano odontológico sem aviso;
• condições precárias de trabalho, com ônibus sem manutenção e infestação de baratas.
Segundo o sindicato, os funcionários se concentram em quatro pontos: Central do Brasil, Terminal Gentileza, um terreno na Avenida Brasil ao lado de um atacarejo e a garagem da empresa em Vila Isabel.
Em meio à paralisação, usuários do transporte coletivo formaram filas extensas na região da Leopoldina, aguardando ônibus das viações Real e Vila Isabel.
Sindicato e prefeitura tentam acordo para reduzir impacto
Os funcionários estão irredutíveis e só voltam ao trabalho após todos receberem salários, férias, FGTS e ticket alimentação. Vamos tentar um acordo para evitar que a população seja prejudicada
— José Carlos Sacramento, vice-presidente do sindicato
Em resposta à crise no serviço, a Secretaria Municipal de Transportes informou que determinou o reforço de linhas operadas pelos consórcios que atuam na cidade.
Enviamos um ofício ao consórcio determinando o aumento imediato do número de viagens nas linhas de contingência e ordenando que os consórcios assumam, de forma emergencial, a operação das linhas paralisadas.
— Maína Celidonio de Campos, secretária Municipal de Transportes
Crise nas empresas se arrasta e inclui falhas na frota
A crise nas viações Real e Vila Isabel vem se aprofundando nos últimos meses. Reportagens já haviam revelado frota reduzida, atrasos frequentes e veículos circulando sem manutenção adequada.
A situação se agravou em novembro, quando um ônibus da empresa pegou fogo dentro do Túnel Rebouças, colocando em risco a segurança de passageiros.
Em nota, o Rio Ônibus e o Consórcio Intersul afirmaram que acompanham a situação e destacaram que o episódio expõe a grave crise financeira e operacional do setor, tema que, segundo as entidades, vem sendo alvo de alertas sucessivos.
O consórcio informou ainda que espera um acordo entre empresas e rodoviários o mais rápido possível, para que a operação seja normalizada e o atendimento à população restabelecido de forma plena.
Linhas da Viação Real afetadas
A paralisação atinge diretamente linhas que conectam diferentes regiões da cidade. Na Viação Real, foram afetadas:
• 108 – Terminal Gentileza x Ipanema (via Túnel Santa Bárbara/Túnel Velho);
• 110 – Terminal Gentileza x Leblon (via Estácio/Av. Paulo de Frontin/Túnel Rebouças/Lagoa);
• 112 – Terminal Gentileza x Gávea (via Av. Paulo de Frontin/Túnel Rebouças/Jardim Botânico);
• 163 – Terminal Gentileza x Copacabana (via Túnel Rebouças);
• 181 – Rodoviária x São Conrado (via Av. Brasil/Linha Amarela/Av. das Américas);
• 222 – Vila Isabel x Gamboa (via Central);
• 309 – Central x Alvorada (via Praia do Flamengo/Jóquei/Lagoa – Barra);
• SN309 – Terminal Gentileza x Alvorada (via Praia do Flamengo/Jóquei);
• 315 – Central x Recreio (via Av. Brasil/Linha Amarela BRS5);
• 460 – São Cristóvão x Leblon (via Elevado Paulo de Frontin/Túnel Rebouças);
• 462 – São Cristóvão x Copacabana/Arpoador (via Elevado Paulo de Frontin/Túnel Rebouças);
• 463 – São Cristóvão x Copacabana/Siqueira Campos (via Elevado Paulo de Frontin/Túnel Rebouças);
• 472 – Triagem x Leme (via Central/Praia do Flamengo/Rio Sul);
• 538 – Rocinha x Leme (via Botafogo);
• 553 – Rio Sul x Recreio (via Lagoa – Barra);
• 585 – Largo do Machado x Jardim de Alah (via Túnel Rebouças/Jóquei);
• 955 – Maré x Alvorada (via Linha Amarela);
• 957 – Maré x Alvorada (via Rodoviária/Castelo/Praia do Flamengo/Jóquei).
Na garagem de Vila Isabel, ônibus das duas empresas permaneceram estacionados sem circular.
Linhas da Viação Vila Isabel atingidas pela greve
Na Viação Vila Isabel, também foram paralisadas linhas importantes para o deslocamento diário de moradores de diferentes bairros:
• 163 – Terminal Gentileza x Copacabana;
• 222 – Vila Isabel x Gamboa;
• 432 – Vila Isabel x Gávea;
• 433 – Vila Isabel x Siqueira Campos;
• 439 – Vila Isabel x Leblon;
• 548 – Barra da Tijuca x Metrô Botafogo.
A expectativa de passageiros e trabalhadores é que um acordo seja fechado para restabelecer o serviço e garantir o pagamento dos direitos trabalhistas em atraso.