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Política
Moraes teria atuado junto ao BC em defesa do Banco Master, diz reportagem
Colunista de O Globo relata que ministro do STF procurou o presidente do Banco Central ao menos quatro vezes para defender operação do Banco Master com o BRB, em meio a investigação por suposta fraude bilionária
22/12/2025 às 13:19por Redação Plox
22/12/2025 às 13:19
— por Redação Plox
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria atuado diretamente junto à cúpula do Banco Central (BC) em defesa do Banco Master, instituição investigada por uma suposta fraude bilionária envolvendo a emissão de carteiras de crédito falsas e a venda de ativos inexistentes. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (22) pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Moraes procurou Gabriel Galípolo
Foto: Antonio Augusto/STF // Raphael Ribeiro/
Segundo a publicação, Moraes teria procurado o presidente do BC, Gabriel Galípolo, em pelo menos quatro ocasiões para tratar da situação do Banco Master, sendo três contatos por telefone e um em reunião presencial. De acordo com a colunista, os relatos foram fornecidos por seis fontes diferentes nas últimas três semanas, incluindo uma que teria ouvido do próprio ministro informações sobre o encontro.
Atuação de Moraes em meio à análise da venda do Master
As conversas teriam ocorrido ao longo dos últimos meses, período em que o Banco Central analisava a tentativa de venda do Master ao Banco de Brasília (BRB). Em uma dessas abordagens, Moraes teria demonstrado simpatia pessoal pelo controlador do Master, Daniel Vorcaro, e defendido a aprovação do negócio com o BRB.
De acordo com o relato publicado, o ministro teria argumentado que o Master enfrentava resistência do mercado por avançar sobre um espaço tradicionalmente ocupado por grandes instituições financeiras. Nesse contexto, as tratativas em torno da operação passaram a ser acompanhadas com atenção redobrada pelos órgãos de supervisão.
Fraudes identificadas e recuo diante de irregularidades
Durante a reunião presencial, ainda segundo a colunista, Galípolo informou a Moraes que o Banco Central já havia identificado fraudes envolvendo o repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master ao BRB. Diante desse cenário, o próprio ministro teria admitido que, se as irregularidades fossem confirmadas, não haveria como autorizar a operação entre as instituições. Procurados pelo jornal, nem Moraes nem Galípolo comentaram os relatos.
Contrato milionário com escritório ligado à esposa de Moraes
A revelação da suposta atuação de Moraes ocorre em meio à divulgação de um contrato firmado entre o Banco Master e o escritório Barci de Moraes, da advogada Viviane Barci, esposa do ministro do STF. O acordo previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões, por três anos, para a representação jurídica do banco.
O valor global poderia chegar a cerca de R$ 130 milhões, o que adiciona um novo componente de sensibilidade ao caso e levanta questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse envolvendo a relação entre o banco e o entorno familiar do ministro.