Aumento na demanda por Síndicos profissionais no Brasil impulsiona expansão do setor

Crescimento projetado de até 30% nos próximos 5 anos devido ao aumento de condomínios e complexidades na gestão

Por Plox

23/02/2024 17h02 - Atualizado há 5 meses

O Brasil, com cerca de 80 milhões de pessoas residindo em mais de 520 mil empreendimentos, movimenta aproximadamente R$ 190 bilhões anualmente em taxas de administração, manutenção e serviços de limpeza, conforme dados do Instituto Nacional de Condomínios e Apoio aos Condôminos (INCC). Esta realidade tem impulsionado significativamente a demanda por síndicos profissionais, prevendo-se um crescimento de 25% a 30% nas oportunidades de emprego para estes profissionais nos próximos cinco anos, segundo a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC).

 

Este aumento na busca por síndicos qualificados é decorrente do crescimento expressivo no número de condomínios no país, que saltou de aproximadamente 420 mil em 2016 para mais de 520 mil em 2024. A necessidade de gestão eficiente destes espaços, que engloba a administração financeira, a resolução de conflitos e problemas diversos, tem motivado muitos a buscar a profissionalização nesta área.

 

Margareth Ferreira Bariani, síndica profissional com quase uma década de experiência, gerencia atualmente cinco empreendimentos na Zona Norte de São Paulo, totalizando mais de 300 unidades residenciais. Sua jornada começou como conselheira e síndica moradora, evoluindo para a profissionalização através de cursos de qualificação, como os oferecidos pela AABIC. "Quando me tornei síndica profissional, eu tive que abrir uma empresa, fazer cursos e não parei mais de estudar. Continuo frequentando congressos e palestras. Ser síndico é mais complexo do que a gente imagina", relata Bariani.

 

José Roberto Graiche Júnior, presidente da AABIC, destaca que há um amplo espaço para a expansão do mercado de síndicos profissionais, observando que apenas cerca de 13% a 14% dos condomínios associados à AABIC em São Paulo possuem síndicos profissionais, enquanto a maioria ainda é gerida por síndicos moradores. Ele enfatiza a importância da experiência prática e do preparo para a função, alertando sobre os riscos de má gestão por parte de síndicos despreparados.

 

Paulo Melo, presidente do INCC, ressalta os desafios da profissão, incluindo a gestão transparente das finanças condominiais e a construção de uma relação de confiança com os moradores. Juarez Lourenz de Oliveira Junior, síndico profissional e advogado, enfatiza a comunicação aberta e a participação ativa dos moradores na gestão, como estratégias para fortalecer essa confiança e reduzir desconfianças.

 

A tecnologia também tem desempenhado um papel crucial na gestão condominial. Investimentos variando entre 5% e 12% do total arrecadado são destinados à tecnologia mensalmente, segundo o INCC. Bariani destaca inovações como sistemas de reconhecimento facial, portarias virtuais e monitoramento de caixas d'água via aplicativo, ressaltando a importância da tecnologia na facilitação do acesso e na gestão dos condomínios.

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