Politicando: Lula comenta ação policial e acusa Moro de "armação"

Esse e outros assunto serão abordados no programa de hoje (23)

Por Plox

23/03/2023 16h46 - Atualizado há quase 2 anos

O Politicando desta quinta-feira (23) terá como assuntos principais mais uma fala polêmica de Lula envolvendo o senador Sérgio Moro (União), a “briga” entre os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados e a ascensão de Nikolas Ferreira no PL de Belo Horizonte.

Assista abaixo: 

 

Lula comenta ação e acusa Moro de "armação"

A Polícia Federal (PF) prendeu nove suspeitos de integrarem o Primeiro Comando da Capital (PCC) nesta quinta-feira (23), em uma operação que investigava um plano de ataques contra servidores públicos. Segundo a investigação, o grupo tinha como alvo o ex-ministro da Justiça e atual senador, Sergio Moro, sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro, e filhos.

O plano foi descoberto graças à ação do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há mais de 20 anos e era outro alvo do grupo. Ele tomou ciência do plano e avisou à cúpula da PF em Brasília, que designou um delegado para abrir uma investigação.

Durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí (RJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre a operação e acusou o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de estar envolvido em uma "armação" caso o plano se prove falso.

“Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso e vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e ficar sabendo da sentença", afirmou Lula.

PF revela detalhes do plano

A PF revelou que os suspeitos presos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços do senador Sergio Moro, além de terem olheiros para monitorar sua casa, de sua esposa e filhos. O monitoramento também teria acontecido em viagens fora do estado.

A investigação foi iniciada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente (SP).

Presidentes da Câmara e do Senado trocam farpas sobre comissões mistas

A relação entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enfrenta uma crise após discordarem sobre a retomada das comissões mistas para análise de Medidas Provisórias (MPs). Pacheco confirmou a volta das comissões mistas formadas por deputados e senadores para análise de MPs antes da votação pelos plenários, o que gerou descontentamento em Lira.

O presidente da Câmara afirmou que o Senado age com "truculência", enquanto Pacheco confia no "bom senso", "razoabilidade" e "consciência" de Lira para garantir o funcionamento das comissões mistas, incluindo a indicação dos parlamentares integrantes. As comissões mistas são formadas por 12 deputados e 12 senadores, e a reclamação de Lira é sobre a representatividade da Câmara nessas comissões.

O processo de aprovação de MPs

As Medidas Provisórias são propostas assinadas pelo presidente da República com urgência e aplicação imediata, mas precisam ser votadas pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornarem leis. Caso não sejam votadas nesse prazo, as normas perdem a aplicação.

Antes da pandemia de Covid-19, as MPs passavam por análise nas comissões mistas, como determina a Constituição Federal. Com a pandemia, foram levadas diretamente aos plenários da Câmara e do Senado. Pacheco argumenta que, sem a excepcionalidade causada pela pandemia, não há motivo para não retomar os colegiados.

Acordo quebrado

Lira afirmou que a proposta de alternância, para que as MPs chegassem de forma revezada na Câmara e no Senado, foi feita por ele ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) e não nasceu no Senado, como indicavam líderes partidários. Havia um acordo para que o modelo fosse adotado a partir da formalização da mudança, de acordo com Lira. Ele reclamou que o acordo foi descumprido no momento em que recebeu o texto da proposta com a definição de alternância das MPs assinadas desde 1º de janeiro deste ano.

Pedido por bom senso

Lira e Pacheco fizeram reuniões com líderes partidários na manhã desta quinta-feira (23). Lira afirmou que, com a mudança do texto, todos os líderes "rechaçaram" fazer alterações que reduzam as atribuições constitucionais da Câmara. Lira declarou ainda que o Senado é a casa revisora e "não quer ser, quer ser protagonista", e destacou que a Câmara não participa de vários debates de atribuição dos senadores, como a votação da indicação de ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Ele afirmou que está disposto a conversar com o presidente do Senado para chegarem a um consenso, mas ressaltou que não deseja a interferência de disputas políticas de Alagoas nas decisões de Pacheco, fazendo referência ao senador Renan Calheiros (MDB-AL).

As MPs enviadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguirão o rito adotado durante o estado de emergência por conta da pandemia, de votação direta nos plenários. Já as MPs enviadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passarão pelas comissões mistas, conforme a decisão de Pacheco.

Nikolas Ferreira assume PL de BH e pode se tornar candidato a prefeito da capital mineira

Nikolas Ferreira se tornou presidente do PL em Belo Horizonte após receber quase 1,5 milhão de votos nas eleições de 2022, o que o tornou o deputado federal mais votado do Brasil. Ele recebeu mais de 300 mil votos na capital mineira, onde foi o candidato mais votado com 22,43% dos votos válidos. Com a nova composição da comissão provisória municipal, formada por nomes próximos a Nikolas, especula-se que ele pode ser o candidato do PL à prefeitura de Belo Horizonte em 2024.

Bruno Engler, deputado estadual do PL-MG e o segundo mais votado na eleição municipal de 2020, também pretende concorrer à prefeitura de Belo Horizonte em 2024. Ele afirma que está disponível para o partido e para o presidente Bolsonaro, mencionando que teve uma boa votação na capital em 2022 e ficou em segundo lugar na eleição anterior, apesar de não ter tido tempo de propaganda em TV. Engler e Nikolas afirmam ser do mesmo grupo político, mas Engler admite que não faria sentido eles dois concorrendo à prefeitura.

O presidente do PL em Minas Gerais, José Santana, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro será um "ativo eleitoral" nas eleições municipais em capitais e fará campanha nessas cidades em 2024. Quanto à possibilidade de preferência de Bolsonaro por Engler, uma vez que eles são próximos, Santana não confirma, mas sabe das pretensões de Engler e que Nikolas não descarta a candidatura. "Política é como nuvem, está de um jeito em um momento e de outro jeito em outro", disse Santana, citando uma frase do político e jornalista Vitorino Freire, frequentemente atribuída também ao político mineiro Magalhães Pinto.


 

Destaques