Retorno da cólera ao Brasil acende alertas sobre saneamento e higiene

O Ministério da Saúde do Brasil confirmou na última sexta-feira, 19 de abril de 2024, o primeiro caso autóctone de cólera no país desde 2006, indicando um ressurgimento da doença que tinha sido erradicada. Transmitida primariamente pela ingestão de água ou alimentos contaminados com a bactéria Vibrio cholerae, a cólera se espalha mais facilmente em ambientes com deficiências sanitárias e higiênicas.

Transmissão e sintomas da cólera

A doença pode ser transmitida de maneira direta, de pessoa para pessoa, ou indiretamente, através do consumo de recursos hídricos e alimentos que não foram devidamente tratados. Cristiano Galvão, infectologista da Oncoclínicas, destacou em uma entrevista à rádio Itatiaia que a cólera afeta o sistema digestivo, liberando uma toxina que se adere às paredes intestinais e provoca alterações no equilíbrio de sódio e cloreto no corpo. Isso resulta em sintomas como diarreia líquida intensa, vômitos e desidratação severa. Embora muitos infectados não apresentem sintomas, eles ainda são capazes de transmitir a doença, que em casos graves pode causar desidratação rápida e até a morte se não tratada adequadamente.

A importância do saneamento básico

O papel do saneamento básico no controle da disseminação da cólera é fundamental. Serviços eficazes de abastecimento de água, tratamento de esgoto, e gestão de resíduos sólidos são essenciais para garantir a higiene pessoal e a segurança alimentar. O próprio Galvão ressalta que, apesar do registro desse caso, não há uma ameaça iminente de um surto, mas serve como um chamado para que autoridades e gestores públicos priorizem o investimento em infraestrutura nas regiões mais vulneráveis.

Recomendações para prevenção

Para evitar a propagação da cólera, recomenda-se:

• Utilização de água tratada para consumo e preparo de alimentos;
• Higienização adequada das mãos e alimentos;
• Preparo cuidadoso de alimentos, especialmente peixes e mariscos, que devem ser bem cozidos.

Estas medidas são consideradas as mais eficazes para prevenir a infecção pela cólera e controlar sua disseminação em áreas de risco.