Alckmin nega crise após recusa de Pedro Lucas a ministério
Vice-presidente afirma que decisão de deputado em não assumir pasta foi estratégica e respeitada pelo governo
Por Plox
23/04/2025 12h31 - Atualizado há cerca de 15 horas
O vice-presidente Geraldo Alckmin se pronunciou sobre a recusa do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) ao convite para assumir o Ministério das Telecomunicações. Durante entrevista à Rádio Itatiaia, Alckmin descartou qualquer leitura de desprestígio ao governo federal com a decisão do parlamentar.

Segundo Alckmin, a escolha de Pedro Lucas foi pessoal e voltada ao fortalecimento da base governista no Congresso.
“Ele tomou essa decisão em razão de defender o próprio governo. Uma decisão até para ajudar o governo porque ele entendeu que poderia contribuir mais se mantendo na liderança do União na Câmara Federal,”
afirmou o vice-presidente, reforçando que o Executivo respeita a decisão do deputado.
O parlamentar oficializou sua recusa em nota divulgada nesta terça-feira (22), após conversa com a cúpula de seu partido. No comunicado, ele expressou gratidão a Lula e pediu desculpas por não aceitar o convite. Pedro Lucas declarou que está convicto de que sua atuação como líder do União Brasil na Câmara dos Deputados é, neste momento, sua forma mais eficaz de colaborar com o governo.
“Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil,”
destacou o deputado.
O Ministério das Telecomunicações permanece sem titular desde o dia 8 de abril, após a saída de Juscelino Filho. O ex-ministro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em supostas irregularidades relacionadas a emendas parlamentares.
Com a recusa de Pedro Lucas, o governo ainda busca um novo nome para assumir o comando da pasta, que segue estratégica dentro da estrutura federal. A indefinição levanta questionamentos sobre a articulação política e os próximos movimentos do Planalto para preencher o cargo.
A movimentação expõe a complexidade da montagem ministerial e os desafios de acomodar interesses partidários, sem que isso represente rupturas internas na base governista.