Anvisa aprova medicamento que pode retardar avanço do Alzheimer no Brasil

Kisunla (donanemabe) demonstrou eficácia em pacientes com estágio inicial da doença e já possui registro aprovado para uso controlado no país

Por Plox

23/04/2025 18h17 - Atualizado há cerca de 10 horas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo leve e demência leve associados à doença de Alzheimer. A liberação representa um avanço importante no combate à progressão da doença, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.


Imagem Foto: Eli Lilyt and Company 

O donanemabe é um anticorpo monoclonal que atua diretamente sobre as placas de beta-amiloide, proteína que se acumula no cérebro de pacientes com Alzheimer. O medicamento se liga a esses aglomerados e os reduz, o que contribui para retardar a evolução da doença.


A eficácia do donanemabe foi avaliada em um estudo clínico que envolveu 1.736 pacientes em estágio inicial da doença. Os voluntários foram divididos entre os que receberam doses do medicamento (700 mg nas três primeiras aplicações e 1.400 mg nas demais) e os que receberam placebo. Após 76 semanas, os pacientes tratados com donanemabe apresentaram progressão clínica menor e estatisticamente significativa em comparação aos que receberam placebo.


Imagem Foto: Agência Brasil / Marcelo Camargo 


O uso do medicamento, no entanto, possui contraindicações importantes. A Anvisa alerta que o donanemabe não deve ser administrado em pacientes que estejam tomando anticoagulantes, como a varfarina, ou que apresentem angiopatia amiloide cerebral detectada por ressonância magnética, pois os riscos nesses casos superam os benefícios.


As reações adversas mais comuns envolvem sintomas gripais, febre e dores de cabeça, especialmente relacionados à infusão do medicamento. A agência também informou que o medicamento será monitorado com rigor quanto à segurança e efetividade, seguindo um Plano de Minimização de Riscos aprovado.



A doença de Alzheimer é definida pelo Ministério da Saúde como um transtorno neurodegenerativo progressivo e irreversível, que afeta principalmente pessoas idosas. Ela se caracteriza pela deterioração da memória, da linguagem, do raciocínio e da autonomia. Embora sua causa ainda não seja completamente compreendida, fatores genéticos estão entre os principais suspeitos.


O Brasil conta com centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferecem atendimento integral e gratuito a pacientes com Alzheimer, com acompanhamento multidisciplinar e fornecimento de medicamentos para o controle dos sintomas.


Os cuidados com quem sofre da doença devem ser contínuos e envolvem, além do tratamento médico, atenção de familiares, cuidadores e outros profissionais que contribuem com a qualidade de vida dos pacientes em suas rotinas diárias.


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