Morre na prisão mulher condenada pelo assassinato do menino Bernardo Boldrini
Edelvânia Wirganovicz, envolvida no assassinato do menino Bernardo, morreu no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre; suspeita é de suicídio
Por Plox
23/04/2025 13h19 - Atualizado há 6 dias
Edelvânia Wirganovicz, uma das quatro pessoas condenadas pelo assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, foi encontrada morta nesta terça-feira (22) no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Segundo informações da Polícia Penal gaúcha, obtidas pelo portal G1, a principal suspeita é de que a morte tenha ocorrido por suicídio. Edelvânia havia retornado ao sistema prisional em regime semiaberto após ter sua prisão domiciliar revogada em fevereiro deste ano. Ela cumpria pena de 22 anos e 10 meses por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O crime que abalou o país ocorreu em abril de 2014, no município de Três Passos (RS), quando Bernardo, de apenas 11 anos, foi assassinado. O corpo do garoto foi localizado após dez dias de buscas, enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico.
Na ocasião, foram condenados pelo homicídio o pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, a amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão desta, Evandro Wirganovicz. O julgamento ocorreu em 2019.

Conforme apontou o júri, Graciele teria aplicado uma superdosagem de um medicamento para dormir no menino com a ajuda de Edelvânia. Em seguida, ambas enterraram o corpo na mata. Já Evandro ajudou a cavar a cova. Leandro, pai da criança, foi considerado o mentor intelectual do crime, ao lado da esposa.
Antes do assassinato, Bernardo já havia procurado apoio do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Três Passos, relatando negligência e o desejo de ter mais atenção do pai, além de poder brincar com a irmã – algo que era proibido pela madrasta.
A mãe de Bernardo, Odilaine Uglione, morreu em 2010. Com o novo casamento, Leandro teve outra filha. Em 2013, a avó materna do menino chegou a solicitar a guarda dele, mas, em janeiro de 2014, o pai buscou uma reconciliação por meio do Juizado da Infância e da Juventude. Uma nova audiência entre pai e filho estava marcada para o dia 14 de maio, cerca de um mês após o crime.
A morte de Edelvânia reascende o caso trágico que continua a marcar a memória coletiva do país.