Lula manda demitir presidente do INSS após operação da PF

Carlos Lupi resiste à decisão do presidente, apesar do afastamento judicial de Alessandro Stefanutto

Por Plox

23/04/2025 22h38 - Atualizado há cerca de 5 horas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu pela demissão de Alessandro Stefanutto da presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão surge no rastro da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga um esquema de descontos fraudulentos em benefícios previdenciários.


Imagem Foto: Agência Brasil


Mesmo afastado judicialmente do cargo, Stefanutto ainda não foi oficialmente exonerado. De acordo com informações obtidas pela CNN Brasil, Lula já comunicou sua decisão a auxiliares diretos. No entanto, a saída do presidente do INSS enfrenta resistência por parte do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, responsável pela indicação de Stefanutto ao cargo.



Durante uma coletiva nesta quarta-feira (23), Lupi declarou que a nomeação de Stefanutto foi de sua inteira responsabilidade e elogiou o histórico profissional do servidor, ressaltando sua atuação exemplar até então e sua participação no grupo de transição do atual governo.
\"A indicação do doutor Stefanutto é de minha inteira responsabilidade. Ele é procurador da República, um servidor que, até o presente momento, tem me dado todas as demonstrações de ser exemplar\"

, afirmou o ministro, sem se comprometer com a exoneração.


A operação da Polícia Federal, que colocou Stefanutto no centro das investigações, teve como alvo um esquema de descontos indevidos aplicados a aposentadorias e pensões de milhares de beneficiários do INSS. Estima-se que entre 2019 e 2024, aproximadamente R$ 6,3 bilhões tenham sido cobrados de forma irregular.



Para dar cumprimento às ordens judiciais, cerca de 700 agentes da Polícia Federal e 80 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) foram mobilizados. Ao todo, foram expedidos 211 mandados, entre buscas e apreensões, sequestro de bens e prisões temporárias, distribuídos por 13 estados e pelo Distrito Federal.



O processo corre em segredo de Justiça e, segundo Lupi, será aguardado o avanço das investigações antes de qualquer definição final sobre o destino de Stefanutto no comando do INSS.


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