Pacheco alerta que impeachment de ministro do STF traria crise institucional

Senador mineiro avalia que processo de cassação contra ministros do Supremo desestabilizaria os Poderes e fortaleceria o STF

Por Plox

23/04/2025 13h51 - Atualizado há cerca de 13 horas

Durante entrevista concedida nesta quarta-feira (23) à Rádio Itatiaia, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou que a abertura de um processo de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) representaria uma ameaça grave à estabilidade institucional do Brasil.


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Foto: Senado Federal


Segundo ele, um movimento dessa natureza poderia provocar um sério confronto entre os Poderes da República e \"tocaria fogo no país\".



Ao relembrar seu período à frente do Senado e do Congresso Nacional, Pacheco destacou que optou por atuar com responsabilidade para evitar tensões desnecessárias entre os Poderes. O senador mencionou que trabalhou pela aprovação de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que buscavam restringir decisões monocráticas dos ministros e estabelecer mandatos com prazos definidos para os integrantes do STF.



“O que pude fazer em relação ao Supremo, eu fiz. Propus uma PEC para limitar decisões individuais e defendemos o mandato para ministros. Mas, no momento em que havia um clamor pela limitação dos poderes, a discussão se desviou para o impeachment de um dos ministros”, explicou.


Ele também ressaltou que, mesmo com a eventual cassação de um ministro, outros dez continuariam no cargo, e o substituto seria nomeado pelo presidente Lula, o que, segundo ele, não resolveria os problemas apontados por opositores do STF.


Pacheco ainda ponderou que, além de não haver votos suficientes no Senado para aprovar um impeachment — seriam necessários 54 —, o processo fracassado acabaria por fortalecer o próprio Supremo e enfraquecer o Legislativo.
"O resultado seria que o processo não seria aprovado, porque não há 54 votos no Senado, e o Senado seria desmoralizado e o STF ficaria fortalecido", destacou o senador.

Finalizando, Pacheco afirmou que sempre buscou uma relação equilibrada com o STF, mesmo em meio às críticas, e considerou sua postura como “lúcida e inteligente”, priorizando soluções estruturais em vez de alimentar uma crise política artificial.



O senador também foi questionado sobre uma possível candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026, mas preferiu não entrar em detalhes neste momento.


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