"Acho que nós todos vamos morrer”, disse em áudio uma das vítimas antes da tragédia no Chile

Áudios foram gravados por Débora Muniz Nascimento de Souza, que morreu junto do marido, filhos, irmão e cunhada

Por Plox

23/05/2019 23h30 - Atualizado há quase 5 anos

Os momentos de desespero vivenciados pela família brasileira antes de morrer intoxicada no Chile, estão registrados em áudios gravados por Débora Muniz Nascimento de Souza, 38 anos, que estava com o marido, os dois filhos adolescentes, o irmão e a cunhada. Todos eles morreram por inalação de gás. Dois áudios foram divulgados por parentes nessa quinta-feira, 23 de maio. A polícia do Chile havia recebido as gravações pouco antes de chegar ao apartamento com o cônsul do Brasil, encaminhada por um familiar antes da tragédia. 


Um deles foi enviado para a irmã de Débora, falando que o filho de 13 anos, Felipe, passava mal e estava roxo. Ela pedia ajuda, chorava e perguntava se o garoto melhoraria se ela o colocasse em uma banheira com água quente, pois não sabia como agir. No segundo áudio, Débora demonstrava medo de que toda a família morresse, pois informou que todos estavam com os mesmo sintomas do filho Felipe. Ela disse que suas juntas estavam parando, se arroxeando e que possivelmente tinham sido contaminados por algum tipo de vírus. "Acho que nós todos vamos morrer”, avaliou Débora. 


Retornariam antes ao Brasil

Os brasileiros tinham viajado para o Chile no domingo, 19, para comemorar os 15 anos de Karoliny, filha mais velha de Débora. Porém, eles iriam adiantar a volta ao Brasil ao receberem a notícia de que Iete Isabel Muniz Nascimento, mãe de Débora e Jhonatas (de 30 anos, também morto no Chile) havia falecido de câncer. A morte dela foi horas antes da intoxicação da família, que se programava há um ano para estar em terra chilena. 
Além de Débora, morreram intoxicados o marido dela, Fabiano de Souza, 41, e os filhos, Karoliny e Felipe, de 13 e 15 anos. Também foi vítima a companheira de Jhonatas, Adriane Krueger, de Goiânia. 

Consulado
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o consulado foi “alertado por familiares das vítimas no Brasil, tendo diplomata daquela repartição imediatamente comparecido ao local e acompanhado a abertura do imóvel onde se encontravam os falecidos”. O consulado informou que desde o acontecido, está acompanhando o caso e dando total apoio aos procedimentos necessários à liberação e ao traslado dos corpos. “Serão igualmente acompanhados os procedimentos investigativos, a cargo das autoridades chilenas. O Itamaraty aguarda a identificação oficial das vítimas”, disse em nota.


Entenda mais do caso


Os brasileiros estavam em um apartamento alugado no Centro do Chile e foram encontrados sem vida no imóvel. A família se sentiu mal e chamou o cônsul do Brasil, que foi até o prédio com policiais, que precisaram arrombar a porta. O comandante Rodrigo Soto informou que ao chegar ao local, a equipe deparou com as pessoas já mortas e o prédio foi totalmente esvaziado. As janelas do apartamento em que as vítimas foram encontradas estavam todas fechadas, por conta da sensação térmica de 10°C. As autoridades acreditam a família inalou gás de monóxido de carbono, que não tem odor, mas leva à morte.

Atualizada às 8h59

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