Segundo estudo, rompimento de barragem pode atingir cerca de 10 mil pessoas em 3 municípios de MG

Estudo aponta risco para moradores dos municípios de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo

Por Plox

23/05/2019 08h14 - Atualizado há quase 5 anos

O estudo, conhecido como dam break no meio técnico do setor, diz que há possibilidade de "danos estruturais em pontes e travessias importantes no municípios atingidos". Além de Barão de Cocais, os municípios de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo também seriam afetados pela lama.

As três cidades totalizam 73,8 mil moradores. Sendo 32 mil em Barão de Cocais, 31 mil em Santa Bárbara e 10,8 mil em São Gonçalo do Rio Abaixo, a população que precisará ser retirada de casa para não ser levada pela lama ultrapassa 10 mil. Sendo 6 mil em Barão de Cocais, 2,4 em São Gonçalo do Rio Abaixo e 1,7 em Santa Bárbara. As cidades já passaram por simulações de evacuação.

Em Barão de cocais, as ruas que indicam que serão invadidas pelo rejeito da Vale foram pintadas de laranja e, incluindo o centro e a avenida do principal da cidade, há pinturas em nove bairros. As áreas mais baixas, adjacentes ou às margens do Rio São João, que corta o município, são o foco. Devido a possível rota da lama, o fórum e uma escola municipal mudaram de lugar. Segundo a prefeitura, três mil edificações seriam atingidas e áreas de preservação permanente também seriam devastadas. O estudo pressupõe que haverá uma “Inundação generalizada de áreas rurais e urbanas com graves potenciais de danos estruturais e perda de vidas humanas, especialmente no distrito de Socorro e nos municípios de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo”.

Cerca de 450 pessoas já foram retiradas das casas nos distritos de Socorro, Tabuleiro e Piteira, próximos à barragem. Conforme informações do estudo, haverá “deposição de rejeitos e demais prejuízos a fauna e flora características da região”.

(Foto: Reprodução/Cedec)Barão do Cocais. (Foto: Reprodução/Cedec)

Em 22 de março, após uma auditoria se negar a emitir laudo de segurança para a estrutura, a barragem Sul Superior teve nível de segurança elevado a 3, que indica risco iminente de ruptura. No dia 13, foi informado pela empresa às autoridades que o talude da mina da represa poderia desmoronar e ocasionar abalo sísmico, fazendo com que a Sul Superior se rompesse. 

A empresa Potamos fez o estudo, a pedido da Vale. Nessa terça-feira, 21, o estudo foi entregue ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-PG), por determinação judicial, após a promotoria julgar insuficiente o relatório anterior fornecido pela mineradora. O MP-MG informou que, junto ao processo, o estudo "dará ciência do conteúdo aos órgãos de Estado para que avaliem se os planos emergenciais apresentados pela Vale em juízo estão adequados ao pior cenário possível em caso de rompimento da barragem”.

Na falta de apresentação do estudo, a Vale seria multada em R$ 300 milhões.

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