Animais aquáticos invadem Porto Alegre após cheia do Guaíba

Piranhas, jacarés e peixes enormes são encontrados em áreas urbanas da capital gaúcha

Por Plox

23/05/2024 10h20 - Atualizado há 24 dias

A intensa chuva que assolou o Rio Grande do Sul trouxe consequências inusitadas para Porto Alegre. Diversas ruas da capital se transformaram em verdadeiras extensões do Lago Guaíba, com a presença de peixes de 40 centímetros, piranhas e até um jacaré, deslocados de seus habitats naturais devido à cheia histórica.

Na quarta-feira (22), a equipe de reportagem da Itatiaia, presente no estado desde o início do desastre, registrou cenas impressionantes: bagres mortos e cardumes de peixes em locais como bueiros e acessos a rios e canais. Imagens de palometas, conhecidas popularmente como piranhas-vermelhas, nadando pelas ruas alagadas, e um jacaré circulando na cidade foram amplamente compartilhadas.

Reprodução

Roberto Reis, professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), destacou em entrevista à Agência Brasil que a fauna aquática foi severamente impactada pelas inundações. "Peixes, anfíbios e outras espécies aquáticas também foram afetadas pelas cheias do estado."

Diferentes impactos nas regiões de serra e planície

Reis explicou que a enchente apresentou dois cenários distintos. Na serra, os rios, ao recolherem a água da chuva, se transformaram em torrentes poderosas que arrastaram cidades e a fauna local. "Peixes e anfíbios são arrastados, tanto para fora do leito do rio, como rio abaixo," afirmou o professor.

Já nas planícies, onde se situam cidades como Porto Alegre, Eldorado do Sul, Canoas e São Leopoldo, os rios que descem da serra chegam ao lago, que cresce, transborda e ocupa áreas urbanas. "A fauna, que geralmente fica restrita ao leito do lago, também se espalha."

Recuperação da fauna aquática

Com a diminuição gradual do nível da água, que já está em curso, muitos animais acabam presos em áreas não usuais, como o centro da cidade e campos de plantação. Reis alertou que "quando a água baixar, muitos animais vão morrer, vão ficar presos, especialmente peixes."

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