Dólar sobe com mudanças no IOF, mas recuo do governo alivia pressão

Anúncio de aumento do IOF eleva dólar, mas recuos estratégicos do governo e fatores externos reduzem impacto no câmbio

Por Plox

23/05/2025 16h29 - Atualizado há cerca de 14 horas

O dólar à vista iniciou esta sexta-feira, 23 de maio, em movimento de alta, refletindo o impacto imediato das novas medidas fiscais anunciadas pelo governo na véspera. Entre elas, o aumento do IOF sobre seguros, crédito corporativo e operações de câmbio causou apreensão no mercado.


Imagem Foto: Agência Brasil


Porém, o governo recuou em pontos estratégicos da proposta, o que aliviou parte da pressão sobre a moeda americana. A desistência de elevar para 3,5% o IOF sobre investimentos de fundos no exterior, além da exclusão do imposto sobre o comércio exterior e sobre fluxos de investimento estrangeiro, contribuiu para moderar o movimento de valorização do dólar.



Às 10h45, a cotação do dólar comercial era de R$ 5,7060, um avanço de 0,84%. Em contrapartida, o dólar futuro para junho apresentou queda, revertendo parte da alta anterior gerada pela repercussão inicial das medidas fiscais, que incluíam bloqueios orçamentários mais duros que o esperado.



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou nesta manhã que as revisões feitas na proposta original de mudanças no IOF representam um impacto inferior a R$ 2 bilhões no total de R$ 54 bilhões previsto com o pacote de ajustes. Ele também destacou que mantém conversas frequentes com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mas que as responsabilidades das ações do Executivo não se estendem à autoridade monetária.



No campo econômico interno, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) apresentou desaceleração, com variação de 0,39% na terceira quadrissemana de maio, frente aos 0,44% registrados na leitura anterior.



Já no panorama internacional, os mercados globais reagiram negativamente às novas declarações do ex-presidente Donald Trump. Ele ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre os produtos da Apple fabricados fora dos Estados Unidos, além de sugerir uma tarifa fixa de 50% contra a União Europeia a partir de 1º de junho. Essas falas derrubaram bolsas em Nova York e Europa, pressionaram o dólar e os juros dos Treasuries, e puxaram para baixo os preços do petróleo Brent e WTI.



\"A revisão de parte das mudanças no IOF equivale a menos de R$ 2 bilhões em um pacote total de R$ 54 bilhões\", afirmou Haddad


O mercado segue atento às próximas decisões econômicas do governo brasileiro e ao desenrolar da política comercial internacional, especialmente diante do cenário de incertezas causado pelas declarações de Trump e o impacto que podem ter nos fluxos de comércio global.


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