Janja admite arrependimento por xingamento a Elon Musk em evento do G20
Primeira-dama diz que lamento foi pelo momento em que a fala ocorreu, e não pelo conteúdo do que disse
Por Plox
23/05/2025 10h18 - Atualizado há cerca de 22 horas
Durante entrevista concedida nesta sexta-feira (23) à Folha de S.Paulo, a primeira-dama Janja Lula da Silva falou sobre um episódio ocorrido em novembro do ano passado, quando, em meio a uma palestra no Cria G20 no Rio de Janeiro, dirigiu um xingamento ao empresário Elon Musk. Segundo ela, o arrependimento não foi pelas palavras ditas, mas pelo contexto em que ocorreram.

A fala polêmica aconteceu em 16 de novembro, durante uma discussão sobre o combate à desinformação. Enquanto discursava, uma buzina de navio interrompeu sua fala. Naquele momento, Janja reagiu com uma provocação direta ao empresário bilionário:
“Alô, acho que é o Elon Musk… Eu não tenho medo de você, inclusive, f you, Elon Musk”
. A declaração foi feita enquanto ela defendia a regulação das plataformas digitais — um tema que Musk, proprietário da rede social X, critica publicamente. Após o episódio, o empresário reagiu em sua plataforma, afirmando que o governo brasileiro iria “perder a próxima eleição”.
Agora, ao relembrar o caso, Janja explicou que seu arrependimento se deve ao impacto que a repercussão teve sobre o trabalho de sua equipe. “Eu me arrependo por conta da minha equipe, porque trabalhamos muito para o G20, no ano passado. Eu me envolvi pessoalmente na organização, na estrutura do G20, e parece que tudo virou nada. Não é da fala que me arrependo, mas do momento”, justificou.
Apesar disso, ela reforçou que continua crítica a Musk: “Fazer crítica a ele eu sigo fazendo, porque ele continua sendo o que está acima do bem e do mal, se acha o dono do mundo”, afirmou.
Janja também aproveitou a entrevista para expressar surpresa e incômodo com críticas recebidas de outras mulheres. “O primeiro momento foi muito bonito, mas as pedradas não demoraram a vir. Qualquer movimento que eu faça, se eu falo é porque eu falo, se eu não falo, é porque não falo”, desabafou. Para ela, as críticas vindas de mulheres são mais difíceis de entender: “O que não entendo são outras mulheres que deveriam estar entendendo o que está acontecendo no momento político do Brasil, e não simplesmente virar a bazuca contra mim”.
A entrevista reacende o debate sobre o papel de figuras públicas na condução do discurso político, especialmente em tempos de alta polarização nas redes sociais e nas ruas.