Luto materno: como reconstruir a vida depois da perda de um filho?

Kamilla Salatiel destaca que a dor da perda de um filho é única e exige acolhimento profissional desde os primeiros momentos

Por Plox

23/05/2025 18h38 - Atualizado há 1 dia

O luto materno é um dos processos mais profundos e delicados que uma mulher pode enfrentar. A psicóloga clínica Kamilla Salatiel conversou com o PLOX para explicar de forma sensível como esse tipo de perda abala não apenas o emocional da mãe, mas também sua identidade, sua rotina e até mesmo a forma como ela passa a se enxergar no mundo.

Vídeo: Andressa Estevão / Plox


Segundo Kamilla, esse luto ocorre a partir de uma ruptura irreversível: a morte de um filho, seja durante a gestação, na infância ou mesmo na fase adulta. Essa perda desencadeia uma transformação interna intensa, exigindo da mãe um novo olhar sobre si e sobre a vida. “Ela começa a ter um novo jeito de ser no mundo, e muitas vezes precisa, de imediato, de um suporte psicológico qualificado”, afirma a especialista.


Imagem Foto: Reprodução / Freepik 


A psicóloga explica que o luto materno é profundamente subjetivo. Cada mãe vivencia esse momento de forma única, mas há um ponto em comum: o impacto profundo e a necessidade de acolhimento. “Trabalhamos os estágios do luto, lidando com os desafios que surgem todos os dias. Essa dor, em muitos casos, é irreparável, mas ao trazer entendimento, a psicologia ajuda a amenizar esse peso e iniciar um processo de cura”, detalha.


Imagem Foto: Reprodução / Freepik


Além do sofrimento individual, a família também sente os efeitos da perda. Filhos mais velhos, por exemplo, participam do luto e também precisam de apoio. Kamilla salienta que o cuidado se estende a todos os membros da família, mas que o foco inicial deve ser na mulher que perdeu seu filho. “A perda faz com que muitas mães percam o sentido da vida. Algumas não conseguem mais trabalhar, outras perdem o rumo da rotina. Por isso, o ideal é buscar apoio psicológico e, quando necessário, também psiquiátrico.”


'Nossa missão é ajudar essa mãezinha a ressignificar, a reconstruir sua vida e seguir em frente, mesmo com essa dor que jamais deixará de existir', conclui Kamilla Salatiel.

O acompanhamento profissional, segundo ela, permite que estratégias de enfrentamento sejam construídas aos poucos, respeitando o tempo de cada mãe e ajudando na reconexão com a vida cotidiana. A psicologia, nesse contexto, é um braço essencial para que essas mulheres reencontrem força para continuar.


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