Mourão nega reuniões golpistas e responsabiliza Lula por ataques de 8 de janeiro
Senador e ex-vice-presidente prestou depoimento ao STF e rejeitou envolvimento em articulações antidemocráticas após as eleições de 2022
Por Plox
23/05/2025 16h40 - Atualizado há cerca de 15 horas
O senador Hamilton Mourão, que também ocupou a vice-presidência da República, prestou depoimento nesta sexta-feira (23) à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), como testemunha de defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Durante a audiência, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, Mourão afirmou categoricamente que nunca foi convidado a participar de reuniões com objetivo de contestar o resultado das eleições de 2022 ou de articular um golpe de Estado. Ele declarou que só tomou conhecimento da existência desses encontros por meio da imprensa.
O senador também rebateu uma das mensagens trocadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Segundo esse conteúdo, Mourão teria supostamente rasgado uma minuta que detalhava medidas para uma tomada de poder. “É mais uma das fantasias que circulam pela internet”, afirmou, negando completamente o episódio.
Em outro trecho de seu depoimento, Mourão direcionou acusações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atribuindo ao atual governo a responsabilidade pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Além de Mourão, a Corte ouviu os coronéis do Exército Alex D’Alosso Minussi e Gustavo Suarez da Silva. Ambos trabalharam no GSI durante a gestão de Augusto Heleno e relataram que o general evitava tratar de temas políticos com seus subordinados. Segundo eles, a influência de Heleno sobre Bolsonaro teria diminuído a partir da segunda metade do mandato presidencial.
“É mais uma das fantasias que circulam pela internet”, declarou Mourão ao negar ter destruído minuta golpista.