Polícia descobre que filhos seguiram recebendo R$ 5 mil após morte do pai mantido escondido
Investigação aponta que irmãos mantiveram corpo do idoso em casa por cerca de seis meses para garantir acesso a benefícios do INSS
Por Plox
23/05/2025 13h22 - Atualizado há 1 dia
Uma nova frente da investigação conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou que os irmãos Tania Conceição Marchese D'Ottavio e Marcelo Marchese D'Ottavio continuaram recebendo valores do INSS mesmo após a morte do pai, Dario Antonio Raffaele D'Ottavio, de 88 anos. O corpo do idoso foi encontrado em decomposição dentro da residência da família, na Ilha do Governador, onde permaneceu por aproximadamente seis meses.

Segundo a polícia, os valores recebidos totalizavam cerca de R$ 5.000, sendo R$ 3.500 provenientes da aposentadoria de Dario e o restante de uma pensão por morte. Os benefícios continuaram ativos, mesmo após o óbito, o que levantou suspeitas de que os filhos estariam se apropriando indevidamente dos recursos. A pensão vinha sendo paga desde 2014, anterior à reforma da Previdência que passou a limitar o acúmulo de benefícios.
O delegado Felipe Santoro, da 37ªDP, informou que os laudos que indicarão a data e a causa da morte devem ser entregues em breve. O corpo foi encontrado em estágio avançado de decomposição, o que dificulta a conclusão dos exames periciais. Também será apurado se os suspeitos possuem alguma condição psiquiátrica e se há indícios de homicídio.
A descoberta ocorreu após vizinhos estranharem o sumiço do idoso, que costumava frequentar um parque para jogar cartas. Os policiais encontraram o corpo no quarto andar da casa, com a porta isolada por um pano para conter o odor. Objetos aparentemente novos foram localizados no local e agora são investigados, já que podem ter sido adquiridos com os valores recebidos do INSS.
Tania e Marcelo foram presos e, após passarem mal no momento da detenção, foram levados a um hospital. Posteriormente, foram encaminhados ao Complexo de Bangu. Eles respondem por ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal. A defesa ainda não foi apresentada.
A investigação continua, e a polícia aguarda os laudos para decidir se irá reclassificar o caso, podendo incluir a suspeita de homicídio entre as acusações.