Zema questiona ação da PF em empresa da família e insinua perseguição de Lula; ministério nega ação

Governador afirma que loja foi alvo de operação com viaturas da PF, mas Ministério do Trabalho nega e esclarece que foco era transportadora terceirizada

Por Plox

23/05/2025 17h22 - Atualizado há 4 dias

Durante uma entrevista concedida à Revista Oeste na noite de quinta-feira (22), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que uma loja vinculada à sua família teria sido alvo de uma fiscalização do Ministério do Trabalho, acompanhada por sete viaturas da Polícia Federal. A declaração foi feita sem a apresentação de provas, mas com a sugestão de que a suposta operação teria motivações políticas, em meio ao cenário pré-eleitoral de 2026.



Zema descreveu que o episódio teria ocorrido em fevereiro deste ano e destacou que, em mais de um século de existência da empresa, jamais presenciou algo semelhante. Ele relatou que a loja, administrada por sua família e conhecida no estado, teria recebido a visita dos fiscais que, segundo ele, realizavam uma “fiscalização de praxe”. O governador também declarou que os policiais teriam seguido, posteriormente, para empresas terceirizadas.


“Um fato interessante. A minha empresa, a empresa que eu administrei, sou sócio, não é minha, é da família, dois meses atrás chegaram lá sete veículos da Polícia Federal. Nunca, na história da empresa, que tem mais de 100 anos, teve uma fiscalização desse jeito”, declarou.
A empresa tem 102 anos. Nunca entraram lá com força policial. A empresa tá aberta, sempre foi fiscalizada. É uma das melhores empresas para se trabalhar em Minas Gerais, de acordo com o Great Place to Work

, completou o governador.

Ao ser questionado se enxergava motivação política na ação, Zema respondeu de maneira indireta: “Eu deixo pra vocês concluírem”.


Contudo, a versão do governador foi prontamente contestada pelo superintendente do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans. Segundo ele, a fiscalização mencionada por Zema não ocorreu em nenhuma loja do Grupo Zema e tampouco foi acompanhada pela Polícia Federal. De acordo com Calazans, a ação de fevereiro teve como foco uma transportadora terceirizada chamada Cidade das Águas, investigada após denúncia de trabalho análogo à escravidão.


“Nessa operação, encontramos 22 trabalhadores em condições análogas à escravidão. Trabalhavam até 20 horas por dia, transportando produtos como móveis e eletrodomésticos da Eletrozema, sem horário de almoço, dormindo na boleia dos caminhões. As condições eram extremamente precárias”, relatou o superintendente.


Calazans esclareceu ainda que a operação foi acompanhada por agentes da Polícia Rodoviária Federal, cuja função se limita à segurança das equipes do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. “A fala do governador foi uma fala imprecisa, incorreta. Não sei por que motivo ele trouxe esses fatos, que não são verídicos, à tona nessa entrevista”, criticou.


O espaço está aberto para a manifestação da transportadora, da loja da família de Zema assim como Secretaria de Comunicação da Presidência da República e a Polícia Federal.



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