Zema sugere motivação política em operação da PF ligada à sua família

Governador de Minas insinua que fiscalização com viaturas da PF teve cunho político; Ministério do Trabalho nega ação nas Lojas Zema

Por Plox

23/05/2025 14h00 - Atualizado há cerca de 17 horas

Durante uma entrevista concedida à Revista Oeste na noite de quinta-feira (22), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, levantou suspeitas sobre uma operação da Polícia Federal que teria ocorrido em fevereiro deste ano em uma loja pertencente à sua família. Segundo ele, sete viaturas da PF teriam participado da ação, o que nunca teria ocorrido nos mais de 100 anos de história da empresa.


Imagem Foto: Presidência


Zema comentou sobre o episódio após ser questionado se esperava alguma espécie de retaliação política por parte do governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em razão da possível disputa eleitoral entre ambos em 2026. Ele mencionou a chegada das viaturas acompanhadas por representantes do Ministério do Trabalho, afirmando que nunca houve algo parecido com aquela fiscalização.



Indagado se teria provas de que a ação teve motivações políticas, o governador mineiro preferiu não afirmar diretamente, dizendo:
“Deixo para vocês concluírem”

. Ele também relatou que nenhuma irregularidade foi encontrada durante a fiscalização nas lojas, mas que a investigação prosseguiu sobre empresas terceirizadas que prestam serviços ao grupo.


No entanto, a versão de Zema foi rebatida pelo superintendente do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans. Em entrevista à rádio Itatiaia, ele negou a realização de qualquer operação nas Lojas Zema e esclareceu que a ação se concentrou em uma transportadora terceirizada. Segundo Calazans, foram encontrados 22 trabalhadores em situação análoga à escravidão na empresa autuada, que pode ser incluída na chamada “lista suja” do trabalho escravo.



Ainda segundo o superintendente, a operação foi interrompida por uma decisão judicial inédita da Comarca de Araxá, mas o processo segue em andamento. Ele reforçou que o Ministério do Trabalho atua com seriedade e que a fala de Zema sobre perseguição política não condiz com a realidade dos fatos.



Questionado por jornalistas sobre a certeza de que se tratavam de viaturas da Polícia Federal, o governador confirmou, mas disse que os possíveis inquéritos investigativos seriam direcionados à empresa terceirizada e não ao grupo familiar diretamente. Ao finalizar o tema, Zema classificou o ocorrido como “uma coincidência” e não comentou mais sobre o assunto.



Procurado, o governo de Minas afirmou que a questão é de caráter pessoal e que o governador deve se posicionar como pessoa física. A Polícia Federal e o Grupo Zema ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso.


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