STF exige detalhes da viagem de Braga Netto para acareação com Mauro Cid

Ministro Alexandre de Moraes dá 24 horas para defesa do ex-ministro informar itinerário completo da viagem ao Supremo

Por Plox

23/06/2025 09h28 - Atualizado há 1 dia

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a defesa do ex-ministro Walter Braga Netto forneça, no prazo de 24 horas, todos os detalhes da viagem que ele fará do Rio de Janeiro a Brasília para participar de uma acareação com o tenente-coronel Mauro Cid. A exigência inclui horários, números dos voos e o itinerário completo, visando garantir a segurança do réu e evitar sua exposição pública.


Imagem Foto: Agência Brasil


A sessão entre os dois acusados está marcada para terça-feira (24), na sede do STF, e ocorrerá sob sigilo, com a presença apenas do ministro Alexandre de Moraes, dos envolvidos e seus representantes legais. Braga Netto, que está preso preventivamente desde dezembro de 2024 por obstrução de justiça, deverá comparecer pessoalmente à acareação, utilizando equipamento de monitoramento eletrônico.



A defesa de Braga Netto havia solicitado o adiamento da acareação, alegando que um dos advogados estaria fora do país na data marcada. No entanto, Moraes negou o pedido, destacando que o ex-ministro possui outros advogados habilitados para representá-lo, e que a ausência de um deles não configura cerceamento de defesa.



A acareação foi solicitada pela própria defesa de Braga Netto para esclarecer divergências entre os depoimentos do ex-ministro e de Mauro Cid. Entre os pontos de conflito está uma reunião ocorrida em novembro de 2022, na casa de Braga Netto, onde, segundo Cid, foi discutido o plano 'Punhal Verde e Amarelo', que previa o monitoramento e até o assassinato de autoridades. O general nega que tal reunião tenha ocorrido.


Outro ponto de divergência envolve uma suposta entrega de dinheiro em espécie por Braga Netto a Cid, em uma caixa de vinho. Segundo Cid, o valor seria destinado ao major De Oliveira, conhecido como 'Kid Preto', das forças especiais do Exército, para financiar atos antidemocráticos. A defesa do general nega ter feito qualquer repasse.



Além da acareação entre Braga Netto e Cid, está prevista para o mesmo dia uma sessão entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, também para esclarecer divergências em seus depoimentos.


As acareações fazem parte da etapa de diligências complementares da ação penal que investiga o núcleo principal da trama golpista. Após essa fase, o processo seguirá para as alegações finais de defesa e acusação, com prazo de até 15 dias.


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