Vereador mais votado de Ipatinga na última eleição é cassado; defesa rebate

A Justiça Eleitoral de Ipatinga, por meio de uma sentença do juiz eleitoral José Maria Moraes Pataro cassou o mandato do vereador João Francisco Bastos, o Chiquinho (PP), por abuso de poder político e econômico durante o período de campanha em 2020. A decisão publicada nesta sexta-feira (23) está em primeira instância e ainda cabe recurso. A defesa tem o prazo de três dias para recorrer.
Conforme apurou o PLOX, a ação foi movida por uma suplente do vereador e corre em segredo de justiça. O parlamentar foi reeleito no último pleito como o vereador mais votado da cidade. A reportagem tentou contato com Chiquinho, mas sem sucesso. Posteriormente, o vereador divulgou uma nota onde diz que recebeu “com grande surpresa” a sentença em primeira instância. 
“Nosso entendimento é contrário ao prolatado na decisão, neste sentido já encaminhamos o processo para nossos colaboradores advogados em Belo Horizonte/MG para tomada das medidas necessárias para protocolo do recurso cabível”, diz parte da nota de esclarecimento.

O vereador também disse que seu gabinete tem sofrido com perseguição de adversários políticos que, segundo ele, “não aceitaram a derrota nas urnas”.
A reportagem também conversou com Leonardo Souza, Chefe do Cartório da 131ª Zona Eleitoral. Segundo ele, o processo teve início logo após as eleições de 2020. As acusações que levaram à impugnação giram em torno de obras em período vedado pela legislação e outras obras que utilizaram recursos do município.

Em nota, a Câmara Municipal de Ipatinga informou que ainda não foi notificada da decisão. “Até a presente data, não foi intimada [a Câmara] de nenhuma sentença relativa ao processo do vereador Francisco Bastos”.
Chiquinho foi o vereador mais votado em Ipatinga na última eleição. Com 2.009 votos, o parlamentar estava em seu segundo mandato no Legislativo municipal.