Cafeicultores do Cerrado Mineiro lançam campanha para proteger origem e evitar fraudes

Ação visa assegurar a autenticidade dos produtos da região e impedir que cafés não certificados sejam vendidos como Cerrado Mineiro

Por Plox

23/07/2024 20h11 - Atualizado há cerca de 2 meses

Os cafeicultores do Cerrado Mineiro estão promovendo uma campanha para proteger a origem autêntica do café da região, combatendo o uso indevido da denominação geográfica em produtos que não possuem as características do Cerrado. A iniciativa surge para preservar a reputação do café produzido no Cerrado Mineiro.

Regulamentação e certificação

A Federação dos Cafeicultores do Cerrado enfatiza a importância de que apenas produtos que passaram pelo processo de certificação de origem e qualidade utilizem a denominação "Cerrado Mineiro" em suas embalagens. “Se um café está comunicando em sua embalagem ‘Cerrado Mineiro’ mas não passou pela certificação da Federação, quem garante que a procedência dele de fato é o Cerrado Mineiro? E mais: quem garante a qualidade mínima necessária e o processo de produção deste café?”, questiona Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação.

Campanha "A verdade é rastreável"

A campanha, intitulada "A verdade é rastreável – promovendo o autêntico Cerrado Mineiro", visa informar produtores, cooperativas, exportadores, torrefadores e consumidores sobre a nova política de denominação de origem e seus benefícios. A iniciativa também busca aumentar o controle e a rastreabilidade da origem do café do Cerrado Mineiro, promovendo a valorização do café certificado com o selo de denominação de origem, tanto no mercado nacional quanto internacional.

Valorização e engajamento

"Além disso, promove a valorização do café certificado com o selo de denominação de origem, tanto no mercado nacional quanto internacional, gerando engajamento e sentimento de pertencimento entre os produtores e demais stakeholders”, destaca o comunicado da Federação.

Desde 2013, o selo de origem e qualidade atesta que o lote comercializado possui a certificação de origem e qualidade da região, conforme os requisitos estabelecidos no processo de produção. Tarabal ressalta a importância de orientação aos diferentes elos da cadeia produtiva para evitar infrações frequentes, especialmente em cafés industrializados que se referem à origem de forma inadequada e sem o selo da região.

Desafios e conquistas dos produtores

O presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Gláucio de Castro, menciona os desafios enfrentados pelos produtores para cultivar um café genuíno em uma terra inicialmente desacreditada para a cafeicultura. "Desde o início, havia o temor de que a qualidade desse café, resultado de um comprometimento histórico e de condições geográficas e climáticas ideais, pudesse ser comprometida. Para proteger essa trajetória, os produtores se organizaram, criaram uma marca com mais de 52 anos, delimitaram o território e conquistaram a denominação de origem", explica Castro.

Avanço na luta contra fraudes

Castro acredita que a campanha marca um avanço significativo na luta contra fraudes, garantindo que os consumidores possam desfrutar de um café genuíno, com origem e qualidade certificadas, e valorizando o trabalho dos produtores que seguem os requisitos necessários para a certificação. "A autenticidade dos cafés do Cerrado Mineiro precisa ser protegida e é uma responsabilidade coletiva garantir a qualidade e a história dos cafés da região”, afirma Gláucio.

Engajamento de personalidades e divulgação

A campanha envolve personalidades renomadas do mercado, como cafeicultores, exportadores de café, torrefadores e consumidores de café especial, todos referências na região. A divulgação será feita por meio de redes sociais, áudios e vídeos, além de materiais impressos como banners, outdoors, totens e diversos materiais promocionais, incluindo camisetas, copos térmicos e bottons.

Destaques