Raquel Kochhann supera câncer e será porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos

Capitã do rúgbi sevens representa Brasil em Paris após vencer câncer e lesão

Por Plox

23/07/2024 11h10 - Atualizado há cerca de 2 meses

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciou, na noite desta segunda-feira (22), que Raquel Kochhann será a porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Aos 31 anos, a capitã da seleção de rúgbi sevens participará de sua terceira Olimpíada, após defender a Seleção Brasileira nos Jogos de Tóquio 2020 e Rio 2016.

Gaspar Nóbrega COB

Jornada de superação

Raquel enfrentou desafios significativos no último ciclo olímpico. Após os Jogos de Tóquio, ela notou um caroço no peito. Apesar dos exames iniciais não detectarem nada, em 2022, o nódulo havia dobrado de tamanho e foi diagnosticado como câncer de mama. Raquel iniciou imediatamente um tratamento rigoroso, combinando quimioterapia e radioterapia. Paralelamente, ela também se recuperava de uma grave lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito, ocorrida pouco antes da descoberta do câncer.

Retorno inspirador

Mesmo durante o tratamento, Raquel demonstrou uma determinação exemplar. Ela continuava a treinar diariamente e a apoiar suas colegas de equipe de várias maneiras, conforme destacado pelo técnico da seleção, Will Broderick: "Nunca vi nada parecido na minha vida. A Raquel mostrou uma força incrível neste período, vinha treinar todos os dias mesmo durante o tratamento. E, quando não estava treinando, ajudava a equipe da forma que podia: filmando as atividades, levando água para as companheiras ou motivando a equipe. É um exemplo para todos nós".

Após dois anos afastada dos gramados, Raquel voltou a disputar uma partida no final de 2023. Sua primeira convocação pós-recuperação aconteceu em janeiro de 2024.

História de vida no esporte

Raquel Kochhann sempre sonhou em ser jogadora de futebol e chegou a atuar pelo Juventude. Em 2010, foi pré-convocada para a Seleção Brasileira sub-17, mas uma lesão a impediu de continuar. Aos 19 anos, ela conheceu o rúgbi e decidiu seguir carreira na modalidade. Agora, além de sua trajetória esportiva, ela carrega uma história de superação e força que inspira suas companheiras e admiradores.

Reconhecimento e orgulho

A própria Raquel expressou a emoção de ser escolhida como porta-bandeira: “Essa sensação de levar a bandeira para o mundo inteiro ver em uma cerimônia de abertura é algo que não consigo explicar em palavras. Trabalhamos muito no Brasil para que o rúgbi cresça e ganhe seu espaço. Sabemos que a realidade do nosso esporte não é ter uma medalha de ouro por enquanto, apesar de termos esse sonho. Mas sempre vi que quem carrega essa bandeira tem uma história incrível e representa uma grande conquista”.

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