Zé Trovão nega greve de caminhoneiros em atos pró-Bolsonaro

Durante uma coletiva realizada nesta terça-feira (22), o deputado federal Zé Trovão (PL-SC), conhecido por sua ligação com os caminhoneiros, deixou claro que a categoria não participará de greves ou bloqueios de rodovias em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o parlamentar, eleito com base nas manifestações de 7 de Setembro e nos protestos da classe em anos anteriores, os caminhoneiros não se mobilizarão por pautas políticas. Ele foi indicado pela oposição para liderar, ao lado de Rodolfo Nogueira (PL-MS), a comissão responsável por organizar atos de rua em apoio a Bolsonaro e em oposição ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Zé Trovão ressaltou que qualquer eventual mobilização da categoria acontecerá apenas por pautas diretamente ligadas às suas condições de trabalho. Entre os motivos de insatisfação, ele destacou a chamada Lei do Caminhoneiro, que obriga motoristas a descansarem por 11 horas consecutivas a cada 24 horas de jornada. Segundo representantes da categoria, a regra impacta negativamente nos prazos de entrega e nos custos dos fretes.

Apesar disso, os caminhoneiros foram convidados a participar das manifestações previstas para o dia 3 de agosto, mas sem o uso dos caminhões nas ruas. A ideia da oposição é reunir um grande número de apoiadores em diversas cidades para expressar apoio ao ex-presidente e críticas ao STF.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que o plano geral das mobilizações será mantido em sigilo.

“Como são [ações] estratégicas, vamos repassá-las estrategicamente a quem é de direito”

, disse o deputado. Ele confirmou ainda que algumas possibilidades de ações já foram descartadas.

Na segunda-feira (21), a oposição estruturou sua atuação em três frentes na Câmara. A primeira, chefiada por Gustavo Gayer (PL-GO), ficará responsável pela comunicação. Cabo Gilberto (PL-PB) liderará a segunda, voltada à articulação dentro do Legislativo. Já a terceira, comandada por Zé Trovão e Rodolfo Nogueira, cuidará das mobilizações nacionais, especialmente envolvendo os setores do agronegócio e do transporte.

Além das mobilizações, a bancada bolsonarista definiu prioridades para o retorno do recesso parlamentar. Entre elas estão o avanço do projeto de anistia aos réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator dos processos contra Bolsonaro.

As articulações seguem firmes, com a oposição buscando ampliar sua base de apoio para pressionar tanto o Senado quanto a Câmara em torno dessas pautas.