Lula busca recursos de fundos de pensão e preocupa servidores

Temor entre servidores cresce diante de planos do governo para usar fundos em obras públicas

Por Plox

23/10/2024 08h31 - Atualizado há 9 meses

O jornal O Estado de S. Paulo destacou, em editorial intitulado Blindagem para Previdência Privada, a crescente preocupação entre servidores federais sobre as intenções do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de utilizar fundos de pensão para financiar projetos de interesse do governo. Há receio de que erros de investimentos ocorridos em gestões petistas anteriores se repitam, comprometendo os pagamentos futuros de aposentadorias e pensões.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Participantes do fundo de pensão Funpresp-Exe, que atende servidores federais, lançaram um abaixo-assinado solicitando a criação de um perfil de investimentos conservador. O objetivo é garantir a segurança das aposentadorias e proteger o patrimônio do fundo, que administra cerca de R$ 10 bilhões e é o 18º mais relevante do Brasil. A petição já conta com mais de 1,7 mil assinaturas.

O jornal enfatiza que o temor não é restrito à Funpresp-Exe, estendendo-se também a outros fundos patrocinados pela União. Esse receio é visto como justificado diante do interesse frequente do governo em utilizar recursos dos fundos para financiar políticas públicas, especialmente em um contexto de orçamento apertado.

Recentemente, o presidente Lula reuniu-se com representantes de importantes fundos, como Previ, Petros, Funcef e Postalis, para discutir a possibilidade de autorizar a compra de debêntures de infraestrutura. Tais títulos representam uma forma de captar recursos sem recorrer a bancos, embora tragam riscos, como o não pagamento em situações de crise.

Um exemplo de problema envolvendo debêntures ocorreu com a Sete Brasil, que, criada para fabricar sondas de perfuração, enfrentou investigações da Lava Jato e acabou pedindo falência. Apenas a Previ e a Vale conseguiram recuperar os valores investidos.

Diante dessas preocupações, o servidor Jorge Moisés, do Ministério do Planejamento, autor do abaixo-assinado, afirmou que a iniciativa visa unicamente a proteger a segurança dos fundos de pensão, sem qualquer motivação ideológica.

 

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