O número de casos de sífilis em Belo Horizonte segue em alta e já soma mais de 4 mil confirmações apenas neste ano, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. A doença, transmitida principalmente pelo contato sexual, preocupa especialistas por afetar principalmente jovens, além de gestantes e recém-nascidos.

Dados reforçam alerta nacional

No Brasil, a sífilis também tem avançado rapidamente: mais de 21 mil pessoas são diagnosticadas por mês. No ano passado, o país somou 256 mil casos e 183 mortes pela doença, de acordo com o Ministério da Saúde. O surto levou o Governo Federal a lançar uma campanha nacional de enfrentamento à sífilis.

Jovens e comportamento de risco são foco de preocupação

O infectologista Estevão Urbano associa o aumento expressivo de diagnósticos ao relaxamento no uso de camisinha. Segundo ele, muitos jovens têm optado por métodos de prevenção medicamentosa contra o HIV, como a PrEP, o que pode gerar uma falsa sensação de segurança.

A camisinha é absolutamente protetora e evita doenças que podem ser muito severas e comprometer a vida da pessoa. Em todas as circunstâncias, o uso da camisinha é fundamental. – Estevão Urbano, infectologista

Gestantes e recém-nascidos em risco

Outro ponto de preocupação é a transmissão vertical da sífilis, ou seja, de mãe para filho durante a gestação ou o parto. Mesmo na fase latente, quando a pessoa não apresenta sintomas, a doença pode ser transmitida ao bebê. Por isso, é fundamental que todas as gestantes realizem o exame durante o pré-natal — quanto mais cedo o diagnóstico, menores são as chances de complicações para o recém-nascido.

Testes e tratamento gratuitos pela rede municipal

Moradores de Belo Horizonte contam com testes e tratamento gratuitos contra a sífilis em 153 unidades de saúde da cidade. O tratamento, baseado em aplicações de benzetacil, é realizado nas próprias unidades.