Agiota condenado a 48 anos de prisão por explorar idosos e deficientes em MG

Justiça de Minas Gerais sentencia homem por aproprição de benefícios e agiotagem, causando rede de dependência financeira em Aimorés

Por Plox

23/11/2023 15h22 - Atualizado há mais de 1 ano

Em Aimorés, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais, um agiota, cuja idade não foi revelada, foi condenado a 48 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado, por crimes de agiotagem e apropriação de benefícios de idosos e pessoas com deficiência. Esta condenação, resultado de investigações intensivas, destaca a exploração de vulnerabilidades extremas por parte do criminoso, que estava sob custódia desde dezembro de 2022.

 

Crimes e Métodos Utilizados

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) descreveu o modus operandi do condenado como particularmente predatório. Ele mirava indivíduos em situações de desespero econômico, oferecendo empréstimos com taxas de juros ocultas e exorbitantes. A prática resultava em um ciclo vicioso de dívidas, onde as vítimas se viam forçadas a contrair novos empréstimos para sobreviver.

 

Apropriação de Benefícios e Violência Financeira

Além de atuar como agiota, o homem apropriava-se de benefícios previdenciários das vítimas, retendo cartões magnéticos e senhas. Ele sacava os benefícios no dia do lançamento, descontando os valores dos empréstimos feitos. O MPMG categorizou essas ações como violência financeira, evidenciadas pela intimidação e ameaça aos devedores.

 

Detalhes da Sentença

A sentença judicial ressaltou a abusividade das cobranças, com taxas de juros mensais entre 10% e 14,22%, muito acima da taxa Selic permitida por lei, que variava de 11,75% a 13,75% ao ano. Adicionalmente, o réu foi condenado a indenizar as vítimas com valores entre R$2 mil e R$5 mil. Ele também foi sentenciado por posse irregular de munições de arma de fogo. A Justiça determinou que ele não poderá recorrer em liberdade, mantendo sua prisão preventiva.

 

 


 

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