Jovem de 23 anos é encontrada morta em rodovia de Cubatão após fugir de ex-companheiro
Família acredita em feminicídio e relata histórico de ameaças contra a vítima, que havia terminado relação abusiva.
Por Plox
23/11/2024 16h20 - Atualizado há 17 dias
A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte de Nicoly Victoria Camargo Rodrigues, de 23 anos, encontrada às margens da Interligação Baixada Santista, em Cubatão, no último dia 13. O corpo, localizado por um funcionário da concessionária Ecovias por volta das 3h, apresentava marcas de perfurações por arma de fogo.
Segundo familiares, Nicoly deixou São Paulo para se abrigar na casa de uma tia em Praia Grande, após terminar um relacionamento de cinco anos que, segundo eles, era abusivo. A família acredita que o principal suspeito é o ex-companheiro da jovem, um homem de 41 anos, que está desaparecido desde o crime.
Relação abusiva e ameaças
Mayara Cristina Rodrigues, prima da vítima, revelou que Nicoly vinha enfrentando dificuldades para sair da relação. Após anunciar o término em 4 de novembro, Nicoly buscou refúgio na casa de uma tia. “Eu mandei o dinheiro para ela e ela veio”, contou Mayara.
Entretanto, o ex-companheiro conseguiu rastrear o celular da vítima e apareceu na residência apenas três horas após sua chegada. Em áudios divulgados, ele teria ameaçado: “Vou matar a mãe dela, ela e vou me matar”.
Além disso, ele utilizava diversos meios para contatá-la, incluindo mensagens enviadas via transferência de Pix e publicações nas redes sociais. Em mensagens enviadas no dia 9 de novembro, Nicoly desabafou com a prima: “Não aguento mais. Ele está fazendo Instagram, postando coisas nossas. Estou cansada disso. Fica me mandando mensagem que estou ‘no prazo’”.
Desaparecimento e morte
No dia 12 de novembro, Nicoly saiu da casa onde estava hospedada para buscar roupas deixadas pelo ex-companheiro em um carro branco. Mais tarde, avisou que encontraria um homem, sem revelar nomes. De acordo com Mayara, a jovem estava extremamente temerosa e evitava sair de casa sozinha: “Ela estava com medo o tempo todo. Não deu tempo de tirá-la daqui.”
Durante a madrugada do dia 13, Nicoly enviou à tia sua localização em Cubatão, informando que o motorista havia se perdido. Cerca de 20 minutos depois, seu corpo foi encontrado na mesma área. A família questiona se Nicoly foi realmente autora das mensagens enviadas.
Descoberta tardia
Embora os familiares acreditassem que Nicoly estivesse desaparecida, a confirmação da morte veio apenas no sábado, 16 de novembro. Durante o registro de um boletim de ocorrência de desaparecimento, foi constatado que o corpo encontrado em 13 de novembro pertencia à jovem.
Mayara relatou que, após a confirmação, a família tentou entrar em contato com o ex-companheiro de Nicoly e sua família, mas sem sucesso. “Queremos que a Justiça seja feita. Ele não ameaçou só ela, ameaçou minha avó, a mãe dela. Esperamos que ele se entregue”, declarou Mayara.
Investigação em andamento
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso está sob investigação na 3ª Delegacia de Homicídios da Deic do Deinter-6. A autoridade policial está conduzindo oitivas e realizando diligências para elucidar os fatos. O processo segue em sigilo.