Política

Justiça de SP condena ex-prefeito de Embu das Artes por porte de arma com numeração raspada

Ney Santos recebeu pena de 3 anos e 9 meses de prisão em regime semiaberto por transporte e posse de pistola calibre .380 com numeração suprimida em veículo da prefeitura, abordado pela PM em 2019

23/11/2025 às 00:00 por Redação Plox

A Justiça de São Paulo condenou Ney Santos, ex-prefeito de Embu das Artes, a 3 anos e 9 meses de prisão em regime semiaberto pelo crime de transporte e posse de arma de fogo com numeração raspada. A sentença foi publicada nesta quinta-feira (20).

(sem assunto)

Vídeo com legenda: 'Justiça cassa chapa de Ney Santos em Embu das Artes'. Foto com legenda: 'Ney Santos, prefeito de Embu das Artes — Foto: Reprodução/TV Globo'.

Abordagem em estrada levou à prisão

O caso que resultou na condenação ocorreu em fevereiro de 2019, quando Ney Santos viajava com o motorista em um veículo da prefeitura. A dupla foi abordada depois que a Polícia Militar desconfiou do trajeto feito pelo condutor.

Segundo a decisão judicial, a arma e os acessórios estavam no interior do carro oficial, em área de fácil acesso e circulação dos ocupantes.

Arma, carregadores e mira laser dentro do carro

Durante a revista no veículo, os agentes localizaram no assoalho, sob o banco do motorista, uma pistola calibre .380 da marca Taurus com a numeração raspada, três carregadores e uma mira laser, acessório de uso restrito.

Versão de Ney Santos não convenceu a Justiça

Ao longo do processo, Ney Santos afirmou que se perdeu no caminho ao deixar a cidade de Cosmópolis, no interior de São Paulo, em direção à capital, e disse desconhecer que o motorista transportava uma arma irregular.

Ele declarou ainda que costumava ser acompanhado por um guarda municipal e que o motorista que o conduzia naquele dia havia sido designado de última hora por um assessor.

A Justiça rejeitou essa justificativa. Na sentença, a juíza destacou que a arma circulava livremente dentro do carro e tinha visibilidade evidente. Também ressaltou que os dois réus se revezavam ao volante, o que, na prática, significava que ambos transportavam o armamento no interior do veículo.

Cargo de prefeito e quantidade de munição pesaram na pena

A magistrada também levou em conta o fato de que Ney Santos ocupava o cargo de prefeito na época dos fatos. Na decisão, ela frisou que agentes públicos devem manter conduta irrepreensível, por representarem a sociedade.

O volume de munições apreendidas — 15 cartuchos de calibre 9 mm e 30 de calibre .380 — foi considerado uma circunstância negativa e contribuiu para a fixação da pena.

Condenação do motorista e posição do Ministério Público

O Ministério Público havia pedido a condenação de ambos os réus, sob o argumento de que havia prova suficiente de autoria e materialidade dos crimes.

O motorista que conduzia o veículo oficial também foi condenado. A pena imposta a ele foi de 3 anos e 4 meses de reclusão.

Defesa não se manifestou

O g1 procurou a defesa de Ney Santos, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Ney Santos, então prefeito de Embu das Artes quando ocorreu a abordagem, aparecia em imagem de arquivo veiculada pela TV Globo.

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