Vídeo mostra cenas de terror durante tempestade em São Paulo
Defesa Civil emite alerta severo pela primeira vez, enquanto chuva intensa afeta transporte, energia e infraestrutura na capital paulista
Por Plox
24/01/2025 20h34 - Atualizado há 5 meses
Pela primeira vez, a Defesa Civil estadual de São Paulo emitiu um alerta severo de tempestade diretamente para os celulares da população. O aviso, enviado pouco antes das 16h desta sexta-feira (24), antecipou os impactos de um temporal que rapidamente transformou a cidade em um cenário de caos. Ruas e avenidas ficaram submersas, com veículos ilhados e pessoas enfrentando dificuldades para se locomover.
A estação Jardim São Paulo do metrô, na linha 1-azul, foi uma das mais afetadas: a escada de acesso parecia uma cascata, enquanto os trilhos, no subsolo, ficaram completamente alagados, paralisando o serviço. Áreas como a avenida Sumaré, próxima ao estádio Palestra Itália, e o tradicional Beco do Batman, na Vila Madalena, foram tomadas por enxurradas.

Desabamentos e danos em infraestrutura
Na zona norte, parte do teto do shopping Center Norte desabou devido ao acúmulo de água. A administração do shopping informou que o incidente causou vazamentos e levou ao isolamento de algumas áreas, mas garantiu que não houve vítimas e que as equipes estão trabalhando para resolver a situação.
No bairro Parada Inglesa, a avenida Luiz Dumont Villares também registrou alagamentos severos, com inúmeros carros submersos.

Prejuízos no transporte aéreo
O temporal também afetou o transporte aéreo. No aeroporto de Congonhas, dois voos foram desviados, enquanto dois pousos e decolagens precisaram ser cancelados. No Aeroporto Internacional de Guarulhos, voos foram redirecionados ao Rio de Janeiro, embora a concessionária que administra o terminal ainda não tenha confirmado os números.
Falta de energia afeta milhares de moradores
A Enel São Paulo, concessionária de energia, relatou um aumento drástico no número de imóveis sem luz durante a tempestade. Às 15h30, eram 26,6 mil imóveis sem energia na região metropolitana, número que subiu para 179,6 mil uma hora depois. Técnicos foram mobilizados para restabelecer o fornecimento, principalmente nas zonas leste e oeste da capital.
Causas do temporal
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), o fenômeno foi causado pela combinação de altas temperaturas (31°C) e grande umidade na atmosfera, potencializada pela chegada de uma brisa marítima. Isso formou nuvens carregadas, provocando chuvas intensas acompanhadas de rajadas de vento de até 63 km/h e queda de granizo.
Imagens do radar meteorológico indicaram precipitações severas nas zonas Norte, Oeste, Leste e no Centro, além de cidades próximas como Jundiaí, Cotia e Guarulhos. A Mooca foi o bairro mais atingido na capital, acumulando 94,3 mm de chuva em seis horas.
Chamados de emergência e balanço das chuvas
O Corpo de Bombeiros atendeu a 20 ocorrências de inundação, três de desabamento e um chamado de queda de árvore. Apesar dos estragos, não houve vítimas registradas.
Até o momento, janeiro acumulou 85,4 mm de chuva em São Paulo, representando 33,2% da média mensal de 257,3 mm. O CGE segue monitorando a situação e recomenda atenção redobrada aos moradores das áreas mais vulneráveis.