Inflação desacelera em janeiro com IPCA-15 a 0,11%, mas alimentos mantêm pressão
Previsão de deflação foi frustrada, apesar de desconto no setor de energia; tomate foi destaque entre os produtos que mais impactaram os preços.
Por Plox
24/01/2025 10h01 - Atualizado há cerca de 2 meses
A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou em janeiro de 2025, registrando alta de 0,11%, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse resultado veio após uma variação de 0,34% em dezembro, indicando uma trégua no aumento dos preços.
No entanto, o índice de janeiro superou as expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela Bloomberg projetavam uma leve deflação de 0,02%, com previsões variando entre queda de 0,10% e avanço de 0,50%. A expectativa de recuo estava associada ao alívio temporário nas contas de luz, proporcionado pelo desconto do bônus de Itaipu durante o mês.

Alimentos puxam alta com destaque para o tomate
Apesar do impacto positivo do desconto na energia elétrica, os preços de alimentos, em especial do tomate, pressionaram o índice e contribuíram para a variação positiva. Esse cenário demonstra a dificuldade de conter a alta de itens básicos mesmo em um contexto de desaceleração inflacionária.
IPCA-15 acumula 4,50% em 12 meses
Com o resultado de janeiro, o IPCA-15 passou a acumular alta de 4,50% nos últimos 12 meses, abaixo dos 4,71% registrados em dezembro. O índice é uma prévia do IPCA, considerado o indicador oficial de inflação no Brasil e usado como base para o regime de metas do Banco Central.
Dificuldade em manter o IPCA na meta
Analistas apontam que o aumento contínuo das projeções inflacionárias demonstra os desafios enfrentados pelo Banco Central para manter o IPCA dentro do intervalo da meta. Segundo o boletim Focus, divulgado pelo BC em 20 de janeiro, a previsão para o IPCA ao final de 2025 subiu para 5,08%, marcando a 14ª semana consecutiva de revisão para cima.
Esse movimento reflete fatores como a valorização do dólar e a pressão sobre os preços causada pelo aquecimento da atividade econômica, estimulado por políticas fiscais. O centro da meta de inflação para 2025 é de 3%, com um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Mudança no regime de metas
A partir de 2025, o Banco Central passa a adotar o regime de metas contínuas, que considera o desempenho acumulado em 12 meses, em vez do ano-calendário. Nesse modelo, a meta será considerada descumprida caso o IPCA permaneça fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.