CEO da Tânia Bulhões se pronuncia sobre polêmica da "xícara viral" no TikTok
Virgilio Bulhões explica processo de produção e origem da crise envolvendo a marca
Por Plox
24/02/2025 11h34 - Atualizado há 4 meses
O CEO da marca de porcelanas Tânia Bulhões, Virgilio Bulhões, utilizou as redes sociais neste sábado (22) para comentar a polêmica que envolveu a empresa nas últimas semanas. A crise teve início após uma brasileira publicar no TikTok um vídeo mostrando uma xícara idêntica à vendida pela marca em um café popular na Tailândia. A publicação viralizou e gerou questionamentos sobre a exclusividade das peças da grife.

Explicação sobre a produção
Em um vídeo de quase dez minutos publicado no TikTok e no Instagram, Virgilio Bulhões detalhou o processo de fabricação das peças e relembrou a história da empresa. Segundo ele, a crise teria origem na pandemia de 2020, período em que houve escassez da chamada "base branca" — a primeira etapa da produção da porcelana.
O CEO explicou que normalmente a empresa compra essas bases de fornecedores sem a marca do fabricante, pois a Tânia Bulhões aplica sua própria decoração posteriormente. No entanto, durante a pandemia, a falta de matéria-prima obrigou a marca a adquirir peças já marcadas pelo fabricante. “Durante a pandemia, faltou base branca no mercado e a gente comprou as que estavam disponíveis com a marca do fabricante atrás”, afirmou.
Ele reforçou que o processo de ter a marca do fabricante no fundo da peça é comum na indústria da porcelana e destacou que os decalques e desenhos aplicados são exclusivos da marca.
Reação tardia e ampliação da crise
A crise se agravou com a demora da empresa em responder aos questionamentos do público. Inicialmente, a marca notificou a autora do vídeo para que o conteúdo fosse retirado, mas levou cerca de 20 dias para se manifestar publicamente. Nesse intervalo, clientes começaram a raspar o fundo de suas peças e descobrir que muitas eram de fabricação turca. Além disso, consumidores compartilharam links de marketplaces, como AliExpress e Amazon, onde encontraram coleções similares ou idênticas.
Para reforçar a defesa da marca, Virgilio concedeu uma entrevista ao economista Ricardo Amorim no YouTube. Na conversa, ele rebateu rumores de que a coleção Marquesa, peça central da polêmica, teria sido copiada de outro design. Segundo ele, essa coleção está no portfólio da marca há cerca de 20 anos e foi a primeira produzida em larga escala com fornecedores internacionais. Ele também negou que a empresa tenha se inspirado em uma novela da Globo, onde a coleção supostamente teria aparecido antes.
Medidas adotadas pela marca
Diante da repercussão negativa, a Tânia Bulhões decidiu suspender as coleções produzidas por terceiros. Além da linha Marquesa, também foram descontinuadas as coleções Mediterrâneo, Entre Rios e Lírio, que serão vendidas apenas enquanto houver estoque.
A marca ainda ofereceu aos clientes a possibilidade de troca ou devolução das peças, mas Virgilio afirmou que poucos consumidores optaram por essa alternativa.
A empresa agora busca maior controle sobre sua produção. Parte das peças já é fabricada internamente desde a aquisição do controle da Royal Limoges, na França. Além disso, a construção de uma fábrica em Uberaba, cidade natal da família Bulhões, deve consolidar a produção própria da marca.