Escassez de medicamentos compromete tratamento de hanseníase no Brasil
Ministério promete ações contra falta de suprimentos enquanto pacientes sofrem sem medicação
Por Plox
24/03/2024 17h53 - Atualizado há 11 meses
O Brasil enfrenta um grave problema de desabastecimento de medicamentos para tratar a hanseníase, afetando pacientes que não podem iniciar ou continuar seu tratamento. De acordo com um documento do Ministério da Saúde, os remédios fundamentais, como a poliquimioterapia e a clofazimina, doados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda não chegaram ao país. A OMS justificou o atraso por dificuldades na produção e questões logísticas no transporte marítimo na região do Oriente Médio, com previsão de entrega ainda para março.
Problema persistente desde a pandemia
A distribuição inconsistente desses medicamentos não é nova, sendo um problema desde o início da pandemia da Covid-19. A falta de um plano alternativo eficaz para enfrentar essa escassez foi criticada por entidades relacionadas à saúde. Em resposta, o ministério sugere o uso de medicamentos de segunda linha, embora especialistas alertem sobre sua eficácia limitada a apenas alguns tipos da doença.
Críticas de especialistas e impacto nos pacientes
Especialistas e representantes de entidades de saúde criticam a abordagem do ministério, apontando a falta de respaldo científico para algumas alternativas sugeridas e a ausência de esforços para garantir a autonomia do Brasil na produção desses medicamentos. Pacientes, como Jairon Pereira Lima, expressam o impacto direto dessa escassez em suas vidas, enfrentando atrasos significativos no início do tratamento e deterioração de sua qualidade de vida.
Ações legais e expectativas de melhoria
A situação alarmante levou a Sociedade Brasileira de Hansenologia a buscar o Ministério Público, esperando que ações legais pressionem por melhorias. Enquanto isso, o Ministério da Saúde assegura estar buscando soluções para evitar futuros desabastecimentos, inclusive explorando a produção nacional de medicamentos essenciais.