Polícia Federal diz que prendeu mandantes do assassinato de Marielle Franco
As ordens de prisão preventiva foram emitidas pelo ministro Alexandre de Moraes,
Por Plox
24/03/2024 11h07 - Atualizado há 10 meses
Nesse domingo 24 de março, a Polícia Federal, em conjunto com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro, lançou a Operação Murder, Inc., resultando na prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa. Eles são apontados como os principais suspeitos por trás do assassinato de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018.
As ordens de prisão preventiva foram emitidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcando um avanço significativo nas investigações que estão sob responsabilidade da Polícia Federal desde fevereiro do ano anterior.
Detalhes das prisões e investigações
Domingos Brazão, membro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), e Chiquinho Brazão, deputado federal pelo partido União Brasil, junto com Rivaldo Barbosa, que ocupava o cargo de chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime e atualmente é coordenador de Comunicações e Operações Policiais, foram detidos e levados para a sede da PF no Rio, de onde serão transferidos para a Penitenciária Federal de Brasília. Ambos os Brazão negam qualquer envolvimento no caso.
Adicionalmente, a operação incluiu a expedição de 12 mandados de busca e apreensão, visando tanto a sede da Polícia Civil do Rio quanto o Tribunal de Contas do Estado. Entre os investigados estão o delegado Giniton Lages, que liderou as primeiras investigações do homicídio, e seu principal subordinado, Marcos Antônio de Barros Pinto, ambos afastados de suas funções por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
A operação também mirou Erica de Andrade Almeida Araújo, esposa de Rivaldo Barbosa, com mandados de busca e apreensão em sua residência, bloqueio de bens e suspensão das atividades comerciais de sua empresa, acusada de lavagem de dinheiro.
Avanços na investigação do caso Marielle apontam motivações e surpreendem suspeitos
Operação policial busca esclarecer os motivos por trás do assassinato de Marielle Franco e destaca delação que envolve milícia e políticos no Rio
Motivação
As autoridades continuam em busca de respostas sobre o assassinato de Marielle Franco, focando na hipótese de que o crime esteja relacionado à expansão da atuação de milícias no Rio de Janeiro. A investigação aponta que Rivaldo, um dos suspeitos, teria se comprometido a obstruir as investigações.
Uma operação foi realizada nas primeiras horas de um domingo, visando aproveitar o elemento surpresa contra os suspeitos, que já estavam em estado de alerta. Esta decisão veio após o Supremo Tribunal Federal validar a delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar, que revelou detalhes sobre os mandantes do crime e suas motivações. Lessa, detido desde 2019, é acusado de participar diretamente do assassinato de Marielle.
Conforme a delação de Lessa, os mandantes são parte de um influente grupo político do Rio, com interesses em várias áreas do governo. Ele forneceu informações sobre encontros com esses indivíduos e indícios que esclarecem as razões por trás do crime.
Repercussão e declarações
Monica Benicio, viúva de Marielle, foi vista na Polícia Federal, demonstrando o interesse e a expectativa das partes envolvidas por justiça
Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, expressou através do X (antigo Twitter) que as recentes ações representam um avanço significativo na busca por respostas que há anos são aguardadas. Ela agradeceu o esforço conjunto da Polícia Federal, dos governos federal e estadual, e do Ministério Público, além do ministro Alexandre, pela dedicação ao caso.
Marinete da Silva, mãe de Marielle, em entrevista a um canal de TV do RIO, que apesar da dor, esse domingo representava um momento importante para a justiça. "É um domingo de muita dor, mas também para se fazer justiça", disse Marinete da Silva.