Diplomata desenha pênis com asas e causa investigação da PF
Carta enviada ao Itamaraty gerou suspeita de ameaça, mas autor confessou brincadeira e caso foi arquivado
Por Plox
24/03/2025 10h50 - Atualizado há cerca de 1 mês
Uma carta com conteúdo inusitado e ofensivo enviada ao Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, se tornou alvo de investigação da Polícia Federal no ano passado.

O episódio ocorreu no dia 21 de junho de 2024, quando Cristiano Ebner, chefe da Divisão de Saúde e Segurança do Servidor (DSS) do Itamaraty, encontrou um envelope sobre sua mesa. O remetente era a Fundação Kresus, e a entrega havia sido feita via Correios. Ao abrir a correspondência, o primeiro-secretário se deparou com um desenho de um pênis com asas.
Ebner interpretou o conteúdo como uma possível ameaça ou ofensa direta, especialmente considerando sua função, que envolve avaliações médicas e decisões que podem causar descontentamento entre servidores, sobretudo aqueles que precisam retornar do exterior.
Diante da situação, o caso foi encaminhado à Corregedoria do Ministério das Relações Exteriores e à Polícia Federal. Com base nas imagens do circuito interno da agência dos Correios, a PF conseguiu identificar, em agosto de 2024, a pessoa que postou a carta. No entanto, Ebner declarou não reconhecer o indivíduo identificado nas imagens.
O responsável foi revelado posteriormente: Pablo Cardoso, ministro-conselheiro do Brasil na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), confessou ter sido o autor do desenho. Segundo ele, tudo não passou de uma “pegadinha infantil”.
Pablo explicou que havia comentado com colegas do Itamaraty sobre sua intenção de fazer uma brincadeira com o autor da próxima comunicação enviada de Brasília em uma sexta-feira. Por coincidência, o comunicado partiu de Cristiano Ebner, que acabou sendo o destinatário da provocação.
Em outubro, Pablo firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e, com isso, Cristiano decidiu não dar continuidade a um processo administrativo disciplinar. A Polícia Federal também arquivou o caso, considerando que não havia indícios de ameaça.
Apesar do episódio, Pablo Cardoso foi posteriormente designado para chefiar a embaixada do Brasil em Guiné-Bissau, na África.