Indígenas de todo país se reúnem em Brasília para 15º Acampamento Terra Livre

Por Plox

24/04/2019 17h18 - Atualizado há cerca de 6 anos

Nesta quarta-feira (24) povos indígenas de várias regiões do Brasil se reuniram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília-DF, para o 15º Acampamento Terra Livre. Evento que, desde 2004, reivindica demandas dos povos indígenas brasileiros.

De Brasília, a reportagem do PLOX acompanhou as manifestações e participou de entrevista coletiva com várias lideranças do movimento.

Foto: Brenda Collen / PLOXWhatsApp Image 2019-04-24 at 16.47.02

O clima entre os povos indígenas e o governo Bolsonaro piorou após declarações de Jair Bolsonaro afirmando que iria acabar com a “farra” dos índios em seu governo. “Queremos o melhor para o índio brasileiro, que é tão ser humano quanto qualquer um de nós que está na sua frente aqui. Mas essa farra vai deixar de existir no nosso governo”, disse o presidente.

Em entrevista ao PLOX, Srewe Xerente, de 47 anos, do povo do Tocantins, disse que o movimento fortalece as questões indígenas e que faz com que os direitos sejam respeitados. “Isso faz com que nossos direitos sejam cada vez mais respeitados, porque direito nós temos como povos originários”, afirmou o indígena.

Foto: Brenda Collen / PLOXWhatsApp-Image-2019-04-24-at-15.40

Durante as falas, uma das líderes do movimento disse que o ATL não se trata mais de um movimento nacional e sim internacional, pois reúne povos de vários países. “O Acampamento Terra Livre já se tornou a maior mobilização indígena do mundo. Nós temos aqui, povos da América Central, da Indonésia, dos EUA e vários outros movimentos de povos indígenas.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) chegou a divulgar uma nota sobre uma publicação no Diário Oficial da União, do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, autorizando a Força Nacional de Segurança Pública atuar na Esplanada dos Ministérios e na região da Praça dos Três Poderes, em Brasília, por um período de 33 dias. “Parem de incitar o povo contra nós! Não somos violentos, violento é atacar o direito sagrado a livre manifestação com tropas armadas, o direito de ir e vir de tantas brasileiras e brasileiros que andaram e andam por essas terras desde muito antes de 1500”, afirmaram os indígenas por meio de nota.
 

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