Vídeo: Sergio Moro confirma saída do Governo Bolsonaro

Por Plox

24/04/2020 11h21 - Atualizado há quase 5 anos

O agora ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou sua saída do ministério em uma coletiva de imprensa no início da tarde desta sexta-feira (24), na sede do Ministério da Justiça. Moro se mostrou bastante insatisfeito com a saída do ex-Diretor-Geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o que motivou sua renúncia do cargo. 

Moro destacou a importância da autonomia da PF e de Valeixo em fazer valer decisões da Justiça. Sergio Moro lembro do dia em que foi convidado por Bolsonaro para assumir o ministério, afirmando que teria “carta branca” do presidente para poder indicar pessoas para cargos específicos, relacionados a Segurança Pública e garantir o combate à corrupção.

Condições

Moro externou durante a coletiva, o pedido feito para Jair Bolsonaro antes de aceitar o cargo em seu governo. O ex-ministro disse que, como ele estaria abandonando sua função de juiz, caso lhe acontecesse alguma coisa, que sua família não ficasse desamparada e recebesse uma pensão. Segundo ele, nada foi questionado pelo presidente, inclusive informando publicamente que teria carta branca para gerir o ministério da Justiça.

Interferência Política

Em reunião com Bolsonaro nessa quinta-feira (23), Sergio Moro afirmou na coletiva que alertou o presidente que a troca de Valeixo seria um tipo de interferência política e atrapalharia os trabalhos. “Eu falei com o presidente que isso seria interferência política e ele disse que ‘seria mesmo’”, relatou Moro.

Moro disse que Jair Bolsonaro queria uma pessoa de confiança dele no cargo. Sobre o “pedido” de Maurício Valeixo em deixar a função de Diretor-Geral, Moro afirmou que isso não seria totalmente verdadeiro, pois seria o desejo de todo policial federal ocupar a direção-geral da PF.

Polêmica sobre a saída de Moro

Toda a polêmica se deu após a decisão do presidente Jair Bolsonaro de exonerar o ex-Diretor-Geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o que contrariou o ministro da Justiça, Sergio Moro. Na manhã desta sexta-feira (24), foi publicada no Diário Oficial da União, a exoneração de Valeixo.

Ontem (23), ao saber da demissão de seu indicado ao comando da PF, Moro chegou a entregar uma carta de demissão ao presidente Bolsonaro, o que estremeceu a relação entre os dois. A informação foi divulgada pelo PLOX. Bolsonaro já havia falado que nenhum de seus auxiliares é insubstituível. Um exemplo é o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido em meio à pandemia no país, o que contrariou boa parte da população brasileira.

O documento de exoneração de Valeixo aparece com assinaturas de Bolsonaro e de Sergio Moro. Contudo, ao que tudo indica nos bastidores, essa assinatura do ministro da Justiça é apenas de praxe e o mesmo teria assinado sem consentimento.
 

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