Enterrada adolescente que morreu após comer ovo de Páscoa envenenado
Despedida de Evelyn Fernanda, de 13 anos, emociona moradores em Imperatriz, no Maranhão
Por Plox
24/04/2025 10h17 - Atualizado há cerca de 23 horas
O último adeus a Evelyn Fernanda Rocha Silva, de apenas 13 anos, foi prestado com grande comoção na tarde de quarta-feira (23), no cemitério Bom Jesus, localizado em Imperatriz, no estado do Maranhão. A adolescente morreu na terça-feira, dia 22, após enfrentar complicações graves decorrentes de uma intoxicação alimentar causada por um ovo de Páscoa supostamente envenenado.

A despedida de Evelyn foi descrita pela imprensa local como marcada por fortes emoções. O pai da adolescente esteve presente no velório, mas permaneceu calado durante grande parte do tempo. A dor da perda foi ainda maior porque, poucos dias antes, o irmão de Evelyn, Luís Fernando Rocha Silva, de apenas sete anos, já havia morrido após consumir o mesmo chocolate contaminado.
Mirian Lira, mãe das crianças, também foi internada após ingerir o doce. Ela recebeu uma autorização temporária para deixar o hospital e pôde participar do enterro da filha, acompanhando a cerimônia ao lado de familiares e amigos.
As investigações apontam Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, como a principal suspeita pelo envenenamento. Segundo a Polícia Civil, Jordélia teria enviado o ovo de Páscoa com substâncias tóxicas como forma de se vingar do fim de um relacionamento com o companheiro de Mirian.
O Instituto de Criminalística segue com a análise das amostras do chocolate e dos materiais biológicos das vítimas para determinar quais substâncias foram utilizadas. O resultado desses exames laboratoriais deve ser divulgado na próxima semana.
A Delegacia de Homicídios de Imperatriz está à frente das investigações, que ainda estão em curso. Jordélia foi presa em flagrante no dia 17 de abril e teve sua prisão preventiva decretada durante audiência de custódia no dia seguinte. Inicialmente detida em Santa Inês, ela foi transferida no domingo (20) para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM), onde permanece à disposição da Justiça.
“Só quero que seja feita justiça porque foram meus dois filhos que eu não vou ter mais de volta”, declarou Mirian Lira em entrevista à TV Globo.
Operadora de caixa, ela também relatou que pensou que a entrega do produto vinha de uma empresa de chocolates e não desconfiou da procedência.
“Quando chegou a embalagem, me ligaram, né? Me perguntaram se eu tinha recebido. Só que na minha cabeça, eu achei que fosse o povo da Cacau Show confirmando se eu tinha recebido a embalagem. Eu apenas falei que tinha recebido e não procurei investigar de onde vinha”, disse Mirian, ainda em choque com a tragédia.
A comoção pública em torno do caso reacendeu discussões sobre crimes por envenenamento e o impacto psicológico das perdas em casos de violência doméstica indireta. A sociedade aguarda, agora, as próximas etapas da apuração e a responsabilização judicial da suspeita.