PF desmantela fraude milionária no BPC para venezuelanos em Roraima

Idosos eram aliciados ainda na Venezuela e recebiam benefício mesmo após voltarem ao país de origem

Por Plox

24/04/2025 10h31 - Atualizado há cerca de 23 horas

Uma operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (24) tem como objetivo desarticular grupos criminosos envolvidos em um esquema de fraude no Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas), voltado para cidadãos venezuelanos em Roraima. A ação ocorre simultaneamente nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, no Norte do país.


Imagem Foto: Divulgação PF


Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, atingindo oito alvos, entre eles sete escritórios de advocacia. A operação, batizada de 'Cessatio', surgiu a partir de dados obtidos na Operação Ataktos, realizada em 2024, além de denúncias sobre beneficiários que não residiam mais no Brasil, mas seguiam recebendo o benefício de forma ilegal.



As investigações apontam que os envolvidos atuavam de maneira estruturada, com agenciadores recrutando idosos ainda na Venezuela. Esses intermediários falsificavam documentos e realizavam cadastros falsos, garantindo que os idosos recebessem o BPC-Loas. Após a liberação do benefício, muitos dos supostos beneficiários retornavam à Venezuela, continuando a receber o valor mensal sem nunca terem vivido de fato no Brasil.


Entre os suspeitos há um delegado aposentado da Polícia Civil, acusado de facilitar a liberação de centenas de benefícios irregulares. Essa é a sexta operação realizada pela PF com o foco em fraudes no sistema de concessão do BPC em Roraima.



A Justiça Federal determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 16 milhões em bens e valores pertencentes aos investigados. Também foram aplicadas medidas cautelares, como a suspensão das atividades econômicas de empresas e profissionais envolvidos.


Os crimes investigados incluem estelionato majorado, associação criminosa e outros delitos conexos que ainda estão sendo apurados.


Com essa nova ação, a Polícia Federal busca não apenas punir os responsáveis, mas também reforçar os mecanismos de controle sobre os benefícios assistenciais pagos a estrangeiros em situação de vulnerabilidade.


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