Mãe de dois filhos adultos, enfermeira adota criança com paralisia cerebral

Por Plox

24/06/2019 12h37 - Atualizado há quase 5 anos

Uma enfermeira de Várzea Grande, em Cuiabá (MT), adotou uma criança de 12 anos que tem paralisia cerebral e foi abandonado pelos próprios pais. Solange Maria Pires tem 56 anos cuida de Ronei Gustavo Pires, que fica o tempo todo na cama e é monitorado 24 horas por dia. 

Enfermeira

A enfermeira dedica seu tempo e carinho ao filho- Foto: Reprodução


Ronei apresentava diversos problemas de saúde desde bebê, o que fez com que os pais biológicos o abandonassem quando ele não tinha nem 1 ano de vida. Solange o conheceu quando ele tinha apenas 2 aninhos em um lar para crianças e adolescentes e se apaixonou pela criança. A enfermeira é mãe de dois filhos casados, com 33 e 37 anos, e é divorciada. Segundo ela, o amor é o mesmo para com os três filhos, mas ela se dedica mais “ao Ronei do que me dediquei aos outros dois, porque eles sempre foram saudáveis, se desenvolveram normalmente e foram saindo das minhas asas”. Ronei ficou provisoriamente com Solange por um ano e a última vez em que ela viu os pais de Ronei foi em 2010, no Fórum de Cuiabá. "A juíza me convocou e pensei que os pais queriam a guarda dele. Eu disse a ela que, caso eles quisessem de volta, seria um direito deles. Mesmo que isso me entristecesse, não poderia fazer nada", comentou a enfermeira.

enfermeira

Solange observa o filho, que passa praticamente todo o tempo na cama-  Foto: Reprodução

Porém, como os pais não possuíam condições financeiras e psicológicas para ficar com a criança e Solange explica que eles disseram que ela poderia criar o garoto. Mesmo a juíza da adoção a questionando por duas vezes se realmente queria o menino, a enfermeira afirmou que não abriria mão de Ronei, que foi muito bem recebido na família pelos filhos da enfermeira. Diante da decisão, muitos conhecidos dela não acreditaram, pois defendiam que ela deveria descansar após ter criado os dois filhos. 


A criança é acompanhada por profissionais em casa e enquanto está trabalhando, fica de olho no celular, preocupada para saber como está Ronei. Se precisa viajar e o menino não está 100%, a mãe simplesmente não viaja. Pelo fato da criança também ter neuropatia, os sintomas pioram com o tempo e os ossos e as articulações podem se deformar. Quanto ao futuro, Solange se preocupa: "Peço a Deus para que eu não morra enquanto o Ronei estiver aqui. Por que quem vai cuidar dele do jeito que cuido? Quem vai dar toda a atenção? Espero que Deus me atenda. Depois que ele partir, posso ir sossegada. Mas antes, preciso continuar por aqui", finaliza.

Atualizada às 14h09

Destaques