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Saúde

Vírus zika pode voltar a se replicar após recuperação, aponta estudo

Os resultados da pesquisa, que durou quatro anos e envolveu cerca de 200 camundongos, foram publicados no periódico iScience, do grupo Cell Press.

24/06/2024 às 16:33 por Redação Plox

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou que o vírus da zika pode se reativar e causar novos episódios de sintomas neurológicos, como crises convulsivas. Os resultados da pesquisa, que durou quatro anos e envolveu cerca de 200 camundongos, foram publicados no periódico iScience, do grupo Cell Press.


Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Reativação do Vírus em Condições Específicas

Os cientistas observaram que, em situações de queda na imunidade, como estresse, uso de medicamentos imunossupressores ou infecções por outros vírus, o zika pode voltar a se replicar no cérebro e em locais onde anteriormente não era encontrado, como os testículos. A pesquisa foi liderada por Julia Clarke, do Instituto de Ciências Biomédicas, e Claudia Figueiredo, da Faculdade de Farmácia, ambas da UFRJ.

“Alguns vírus podem ‘adormecer’ em determinados tecidos do corpo e depois ‘acordar’ para se replicar novamente, produzindo novas partículas infecciosas. Isso pode levar a novos episódios de sintomas, como acontece classicamente com os vírus simples da herpes e da varicela-zoster", explicou Julia Clarke.

Acúmulo de RNA Viral e Convulsões

A nova replicação do vírus está associada à produção de espécies secundárias de RNA viral, resistentes à degradação, que se acumulam nos tecidos. “Observamos que, ao voltar a replicar no cérebro, o vírus gera substâncias intermediárias de RNA, aumentando a predisposição desses animais a apresentarem convulsões, que é um dos sintomas da fase aguda”, acrescentou Clarke.

Evidências em Modelos Animais e Humanos

Utilizando testes de PCR, microscopia confocal, imunohistoquímica e análises comportamentais, os pesquisadores demonstraram que o zika pode permanecer no corpo por longos períodos após a fase aguda da infecção. Em humanos, o material genético do vírus já foi encontrado em locais como placenta, sêmen e cérebro, mesmo meses após o desaparecimento dos sintomas.

Os resultados indicam que a amplificação do RNA viral e a geração de material genético resistente à degradação pioram os sintomas neurológicos nos animais, especialmente nos machos. Embora a reativação tardia do vírus ainda não tenha sido investigada em humanos, os dados sugerem que pacientes expostos ao zika no início da vida devem ser monitorados a longo prazo.

Alcificações Cerebrais e Próximos Passos

Julia Clarke explica que o próximo passo da pesquisa é estudar as calcificações cerebrais provocadas pelo vírus. “O cérebro exposto ao vírus, tanto de animais quanto de humanos, desenvolve áreas de lesão com morte de células e acúmulo de cálcio - as chamadas calcificações. Pretendemos caracterizar se essas áreas são os locais onde o vírus permanece adormecido e testar um medicamento que diminui muito o tamanho dessas áreas para avaliar se consegue prevenir a reativação do vírus”, explicou.

Importância e Colaboração

A pesquisa, considerada de extrema importância, revela a capacidade do vírus da zika de persistir e se reativar, com grandes implicações para a saúde pública. O estudo contou com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes e do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, ambos da UFRJ, e foi financiado com cerca de R$ 1 milhão pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

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