Braga Netto confronta Mauro Cid em acareação no STF
General acusa tenente-coronel de mentir durante audiência sobre tentativa de golpe; Cid permanece em silêncio
Por Plox
24/06/2025 12h57 - Atualizado há 2 dias
Na manhã desta terça-feira (24), o Supremo Tribunal Federal (STF) foi palco de uma acareação entre o general da reserva Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, ambos réus em processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado.

Durante a audiência, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, Braga Netto acusou Cid de mentir em seus depoimentos. Segundo o advogado do general, José Luis de Oliveira Lima, Cid evitou o confronto direto, mantendo a cabeça baixa e não respondendo às acusações de mentiroso feitas por Braga Netto em pelo menos duas ocasiões.
\"É uma pena que não haja imagens. Isso daria à opinião pública a dimensão da inconsistência da colaboração de Cid\"
, criticou o advogado.
A sessão ocorreu na sala de audiências dos gabinetes do STF e contou com a presença do ministro Luiz Fux e do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A defesa de Braga Netto protestou contra a impossibilidade de gravar a audiência, alegando violação das prerrogativas da defesa.
\"Todos os demais atos desse processo foram gravados. Neste, que era central, não tivemos esse direito garantido. Foi uma violação à prerrogativa da defesa\"
, afirmou o advogado.
Um dos pontos de contradição destacados pela defesa foi a entrega de uma suposta sacola com dinheiro. Cid mencionou três locais diferentes como possíveis pontos de entrega: uma garagem, uma segunda garagem e a sala da ajudância de ordens do Palácio da Alvorada.
\"Como alguém pode falar de um pacote de dinheiro se ele mesmo afirmou que a sacola estava lacrada? Ele nunca viu o conteúdo. Ele mente. E mente demais\"
, disse o advogado.
Braga Netto e Cid são dois dos oito réus do chamado “núcleo 1” denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), acusado de formar a cúpula da articulação golpista que envolveu militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro.
A acareação foi solicitada pelo próprio Braga Netto, preso preventivamente desde dezembro de 2024, com o objetivo de confrontar as divergências nas versões apresentadas por ambos em depoimentos anteriores sobre o planejamento e financiamento de ações golpistas. O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou que o tenente-coronel
\"repetiu o que já tinha dito! Falou a verdade!\"
. O sigilo do ato permanece vigente.
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