Falso médico forja morte e idoso é enterrado em seu lugar em Guarulhos
Fernando Dardis, acusado por mortes de pacientes, simulou óbito e sepultamento; idoso de 99 anos foi enterrado na mesma sepultura
Por Plox
24/06/2025 15h41 - Atualizado há 1 dia
O caso de Fernando Henrique Dardis, de 43 anos, ganhou novos desdobramentos após a descoberta de que um idoso de 99 anos foi enterrado em seu lugar no Cemitério Municipal Campo Santo, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Dardis, que se apresentava como médico sem possuir diploma, é acusado de forjar a própria morte para escapar da Justiça, que o procura por envolvimento na morte de duas pacientes.

De acordo com documentos da Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura de Guarulhos, entre janeiro e março de 2025, constava que Dardis havia morrido em 5 de janeiro e sido sepultado no dia seguinte na sepultura 27 do conjunto 9 da quadra P do cemitério. O atestado de óbito falso indicava sepse como causa da morte no Hospital Brás Cubas, pertencente à família de Dardis.
No entanto, a fraude foi descoberta quando Dardis compareceu a um cartório em Guarulhos dois meses após sua suposta morte para atualizar documentos. Após a descoberta, o Ministério Público solicitou sua prisão preventiva, decretada em maio. Até o momento, ele continua foragido.
Posteriormente, o nome de Dardis foi removido do sistema do Serviço Funerário Municipal, sendo substituído pelo de Elias, um idoso branco nascido em 13 de julho de 1928, que morreu e foi sepultado em 6 de janeiro de 2025. A prefeitura confirmou a troca de nomes, mas, por decisão da família de Elias, não divulgou mais informações sobre ele.
A administração municipal informou que uma sindicância foi aberta para investigar a possível fraude nos registros do cemitério. Caso seja comprovado o envolvimento de funcionários públicos, as devidas punições serão aplicadas. O Ministério Público poderá solicitar a exumação do corpo para confirmação da identidade por meio de exames, como DNA.
Em vídeo enviado ao programa Fantástico, Dardis afirmou estar vivo e que agiu sozinho em um momento de desespero. Ele também declarou que não aceita a acusação de homicídio, alegando que uma das pacientes atendidas por ele foi posteriormente tratada por outros médicos antes de morrer.
Dardis já havia sido condenado em 2012 por portar distintivo da Polícia Civil e munições ilegalmente. Até 2019, usava o sobrenome Guerreiro, posteriormente alterado para Dardis, herdado do pai biológico. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Guarulhos pode assumir as investigações, diante da suspeita de envolvimento de outras pessoas no esquema criminoso.
A Prefeitura de Guarulhos reiterou que, caso a exumação seja solicitada pelo Ministério Público, ela será realizada. Enquanto isso, as autoridades continuam as buscas por Fernando Henrique Dardis, que permanece foragido.