Furtos em hospitais e UPAs causam prejuízo milionário à saúde pública de Campinas
Entre os itens levados estão mais de 8 mil lençóis, quase 600 torneiras e dezenas de assentos sanitários, roupas e cobertores
Por Plox
24/06/2025 15h23 - Atualizado há 2 dias
Ao longo de um ano, entre junho de 2024 e junho de 2025, a Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, que atende Campinas (SP), acumulou um prejuízo de R$ 667.165,70 devido a furtos de itens diversos em suas unidades de saúde.

No total, foram 14.071 objetos furtados das dependências de hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), afetando diretamente o funcionamento dos serviços nas unidades Mário Gatti, Ouro Verde, Carlos Lourenço, São José, Campo Grande e Padre Anchieta.
Os itens mais levados incluem 8.882 lençóis, tornando-os os campeões de desaparecimento. Em seguida, aparecem 2.089 camisolas, 1.847 toalhas de banho e 410 cobertores. Também foram levadas 107 fronhas, além de peças de roupas hospitalares como 25 blusas e 23 calças de pijama.
Chamam atenção os furtos de peças de instalações sanitárias: 564 torneiras foram levadas dos banheiros das unidades, além de 124 assentos sanitários, agravando ainda mais a situação estrutural dos ambientes hospitalares.
A coordenadora de informação da Rede Mário Gatti, Andrea Von Zuben, destacou que esse montante seria suficiente para manter uma UPA como a do Campo Grande funcionando por um mês inteiro, atendendo cerca de 14 mil pessoas nesse período, com cobertura de medicamentos, insumos, manutenção de equipamentos e demais necessidades da unidade.
Segundo Andrea, a situação representa um impacto direto na qualidade do atendimento à população. “O recurso da saúde é sempre escasso, porque é muita gente, para atendimentos muito complexos. Um custo desse traz um prejuízo enorme para a população”, afirmou.
Como forma de conter os prejuízos e conscientizar a população, a Rede Mário Gatti iniciou o projeto 'Mãos que Cuidam', promovido pelo setor de humanização. A iniciativa busca estimular a preservação dos espaços e materiais hospitalares por meio de atividades participativas.
O levantamento revela não apenas um rombo financeiro, mas também um entrave ao pleno funcionamento da saúde pública municipal.