Golpe com IA finge ser advogado e engana clientes em Minas
Criminosos usam inteligência artificial para clonar imagens, vídeos e vozes de profissionais e exigem dinheiro em nome de processos judiciais
Por Plox
24/06/2025 08h06 - Atualizado há 1 dia
Um esquema criminoso envolvendo o uso de inteligência artificial tem alarmado clientes de escritórios de advocacia em Minas Gerais. Fraudadores estão se passando por advogados, utilizando tecnologias avançadas para criar imagens, vídeos e até áudios falsos, com o intuito de aplicar golpes financeiros em vítimas desavisadas.

Esses criminosos têm conseguido acessar dados confidenciais de processos judiciais, além de informações específicas sobre os escritórios e seus clientes. De posse desses dados, eles abordam as vítimas por aplicativos de mensagens, solicitando pagamentos sob a justificativa de despesas relacionadas a processos em andamento.
A advogada Luciana Atheniense, especializada em direito do consumidor, foi uma das profissionais afetadas. Desde outubro, ela vem recebendo relatos de seus próprios clientes sobre abordagens fraudulentas. “Eles estão utilizando minha foto, a logomarca do escritório e agora até minha voz clonada por inteligência artificial”, relatou.
Diante da gravidade da situação, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais (OAB-MG) acionou o Ministério Público e a Polícia Civil, exigindo investigação rigorosa e punição aos responsáveis. Além disso, a entidade lançou uma campanha de conscientização para alertar a sociedade.
A campanha inclui divulgações em redes sociais, entrevistas, palestras e distribuição de materiais informativos, com orientações para que os cidadãos confirmem a identidade de quem se apresenta como advogado. O presidente da OAB-MG, Gustavo Chalfun, destacou que qualquer advogado regularmente inscrito pode ser consultado no site oabmg.org.br ou pelo aplicativo ConfirmaDV, criado para garantir mais segurança no contato com profissionais da área.
A recomendação principal é que clientes nunca realizem pagamentos ou repassem dados pessoais sem antes confirmar, por canais oficiais, a veracidade das informações. Em caso de dúvida, o ideal é contatar diretamente o escritório de advocacia responsável.