A Teia Criminosa de Ronnie Lessa: Do Tráfico Internacional de Armas ao Assassinato de Marielle Franco

Ex-sargento da PM do Rio de Janeiro acumula condenações por tráfico internacional de armas, comércio ilegal e destruição de provas

Por Plox

24/07/2023 19h13 - Atualizado há mais de 1 ano

Com um histórico de infrações e condenações, o ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, 52 anos, aparece como personagem central no caso do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018.

Lessa ingressou nas fileiras da Polícia Militar do Rio de Janeiro em 1992, onde permaneceu até fevereiro de 2023, quando foi expulso. A corporação descreveu sua conduta como "execrável", dando uma pista do que viria a ser uma extensa ficha criminal.

Créditos: Divulgação TJRJ

Condenações e Delitos

Dentro da extensa lista de delitos de Lessa, está a condenação por tráfico internacional de armas. Esta condenação surgiu depois que a Receita Federal apreendeu 16 "quebra-chamas" para fuzis - equipamento utilizado para reduzir o clarão dos disparos - no Aeroporto do Galeão, no Rio. Por esse crime, Lessa foi sentenciado a cinco anos de prisão. Vale destacar que a aquisição desse tipo de equipamento é regulada pelo Exército.

O ex-PM também tem no seu registro uma condenação a 13 anos e 6 meses de prisão por comércio ilegal de armas. Em 2019, 117 peças de fuzis foram descobertas na residência de um amigo de Lessa, Alexandre Souza, que alegou que o material pertencia ao ex-sargento. A Justiça indica que o provável destino dessas armas seria o comércio ilegal, possivelmente abastecendo traficantes de drogas e milícias.

O Assassinato de Marielle Franco e a Prisão de Lessa

Lessa é apontado como o executor dos disparos que tiraram a vida de Marielle e Anderson. Sua prisão preventiva pelo crime ocorreu em março de 2019, e a acusação ganhou embasamento quando Élcio Queiroz, também ex-policial militar, em delação premiada, afirmou que conduziu o veículo utilizado no atentado, enquanto Lessa efetuava os disparos. Ambos continuam sob custódia.

Adicionalmente, Lessa recebeu uma pena adicional de quatro anos, em regime aberto, pela destruição de provas relacionadas ao caso Marielle. Segundo as autoridades, Lessa e mais três pessoas teriam organizado o descarte de armas no mar da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, aproximadamente um ano após o crime. Entre os objetos descartados, suspeita-se que esteja a arma utilizada para assassinar a ex-vereadora.

Conexões com o Ex-Presidente Jair Bolsonaro

Em um dado intrigante, Ronnie Lessa era vizinho do ex-presidente Jair Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro. Quando questionado sobre o ex-sargento da PM após sua prisão em março de 2019, Bolsonaro alegou não se lembrar de Lessa. Contudo, é notório que Jair Renan, um dos filhos do ex-presidente, manteve um relacionamento com a filha de Lessa.

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