Capitão da Marinha é investigado por ter chamado um cabo de "chimpanzé"

Lessa admitiu ter feito a ofensa, mas afirmou que sua intenção não era ofender, alegando que o comentário foi uma ironia.

Por Plox

24/07/2024 14h22 - Atualizado há 3 meses

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro está investigando João Ricardo Reis Lessa, capitão de Mar e Guerra da reserva da Marinha, por suspeita de discriminação racial contra o cabo Pedro Jorge da Rocha, que denunciou Lessa por chamá-lo de "chimpanzé" durante uma interação na Amazul, empresa da Marinha.

Foto: Reprodução/Redes Sociais 

Incidente e insultos

Há cerca de dois meses, durante o período em que Rocha estava prestes a completar oito anos na Marinha, Lessa solicitou que ele buscasse um documento em outro setor. Ao notar um anexo inesperado no documento, Rocha questionou sua necessidade, mas foi instruído a levar o material assim mesmo. Após entregar o documento ao capitão, Rocha relatou ter sido insultado. "Quando ele chegou, ele virou assim: 'quem deixou esse documento?' Eu falei: 'Eu'. 'Vem aqui, ô seu chimpanzé. Você não sabe ler, não?'", afirmou Rocha, segundo o g1.

Rocha continuou relatando: "'Você é um não-verbal, um chimpanzé, um animal que não sabe ler'. Aí eu fiquei meio sem entender. [O capitão teria continuado] 'Tira essa p* aqui da minha mesa'. Ele falou desse jeito", contou Pedro Rocha ao veículo.

Testemunhas e defesa do acusado

Três pessoas que presenciaram o incidente corroboraram a versão do cabo Rocha. Lessa admitiu ter feito a ofensa, mas afirmou que sua intenção não era ofender, alegando que o comentário foi uma ironia. Após uma investigação interna, Lessa pediu desligamento da Amazul.

Manifestações da Amazul

A Amazul se pronunciou oficialmente, reafirmando seu compromisso com um ambiente de trabalho seguro, respeitoso e inclusivo. A empresa confirmou a demissão de Lessa e garantiu que está cooperando plenamente com as investigações, repassando todas as informações solicitadas à OAB-RJ.

Medidas e compromissos futuros

No comunicado, a Amazul destacou seu empenho em implementar um programa completo de apoio e capacitação em ética no local de trabalho. Esse programa incluirá palestras, podcasts e o lançamento de uma cartilha sobre assédio moral. "Agradecemos à imprensa por trazer essas questões à luz e estamos empenhados em manter nossa integridade e o bem-estar de nossa equipe", concluiu a empresa.

 

 

 

 

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